quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A morte e o caminho dourado

De uma das janelas da casa de meu avô materno pode observar-se exactamente este panorama (esta foto não foi, mas poderia ter sido obtida dessa mesma janela). Até aos meus dezasseis anos, em quase todas as férias de verão visitei a ilha, para as passar nessa casa, no delicioso convívio com tios, tias, primos e primas, e com meu querido avô, que com o passar dos anos ia ficando, obviamente, cada vez mais velhinho - o que me fazia suar frio com medo de um dia o perder definitivamente. Em 1961 um dos meus tios partiu pelo "caminho dourado" (embora já de avião) da emigração, levando consigo seis dos meus primos, o que não deixa de ser uma outra espécie de morte, por vezes quase tão definitiva como a morte física...
Meu avô faleceu, efectivamente, em 1970, quando eu mesma me encontrava do outro lado do mundo; meus primos, esses...mais de cinquenta anos já passados...sei que estão bem, mas nunca mais os vi.
(Foto de Frederic Fournier)