quarta-feira, 28 de abril de 2010
Os rios de Babilónia
Sôbolos rios que vão
por Babilónia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
e quanto nela passei.
Ali, o rio corrente
de meus olhos foi manado,
e, tudo bem comparado,
Babilónia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.
Ali, lembranças contentes
n'alma se representaram,
e minhas cousas ausentes
se fizeram tão presentes
como se nunca passaram.
Ali, depois de acordado,
co rosto banhado em água,
deste sonho imaginado,
vi que todo o bem passado
não é gosto, mas é mágoa.
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Esse texto de Camões é maravilhoso. Conheço-o na íntegra e fiz-lhe uma interpretação em ritmo de embolada. Só não tive a oportunidade de fazê-lo em publico.
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