sábado, 7 de maio de 2011

Haverá fumo sem fogo?

O deputado e vice-presidente da bancada do PS Ricardo Rodrigues, que há um ano furtou os gravadores de dois jornalistas da revista Sábado durante uma entrevista, decidiu processar judicialmente a revista e os dois jornalistas, pedindo uma indemnização de 35 mil euros por "danos não-patrimoniais sofridos".
Acusado recentemente pelo Ministério Público de atentado à liberdade de imprensa, na sequência de uma queixa da Sábado, Ricardo Rodrigues alega que a publicação da entrevista violou os seus "direitos de personalidade", o "direito ao bom-nome e reputação", tendo "manifestamente ultrapassado o direito de informar".

Contactado ontem pelo PÚBLICO, o deputado recusou fazer declarações sobre o caso, alegando tratar-se de uma questão do foro privado. "Não faço declarações sobre as minhas acções privadas e não acho que isso tenha relevância pública. Trata-se de um assunto que compete aos tribunais resolver", declarou, afirmando que retirou a "imunidade parlamentar para tratar desse assunto de forma privada e não pública".

Foi com alguma surpresa que Maria Henrique Espada, que, com um colega seu, o entrevistou, recebeu a notícia que o deputado tinha processado a revista. "A entrevista foi precisamente há um ano e por isso acho surpreendente que o tenha feito agora. Não sei o que é que o motiva, mas é pelo menos surpreendente", disse a jornalista ao PÚBLICO.

O deputado admite que concedeu a entrevista sem colocar quaisquer condições relativamente aos temas a abordar. No entanto, ter-se-á sentido desconfortável com as perguntas efectuadas - que, do seu ponto de vista, terão levantado suspeitas sobre a sua idoneidade. Após a publicação, refere o parlamentar, voltou a "reviver toda a situação em que se viu envolvido em 2003" e "sentindo o mesmo embaraço e vergonha que então tinha sentido". Refira-se que nesse ano, Ricardo Rodrigues apresentou a sua demissão do governo regional dos Açores na sequência de rumores que circulavam na região sobre a sua alegada participação numa rede de pedofilia que ficou conhecida como o caso Farfalha. Na queixa refere ainda que foi "alvo de comentários na Assembleia da República por parte de membros dos partidos da oposição ao Governo que lhe fizeram notar que, se calhar, em virtude das suspeitas lançadas pelos jornalistas, não estava à altura de exercer as funções que exerce nas comissões parlamentares". Queixa-se também de ter sido "alvo de chacota pelo alegado facto de, tal como diz o artigo publicado, dar a entender ter estado durante toda a entrevista de olhos postos nos gravadores dos jornalistas, preparado para os retirar".
(do Público de hoje)

Mas não foi "só" isto. Também, a certa altura, foi suspeito de estar relacionado, de algum modo, com uma célebre fraude envolvendo a agência da Caixa Geral de Depósitos de Vila Franca do Campo.

Até pode este senhor estar inocentíssimo no que diz respeito a estas duas graves suspeitas; os tribunais não o condenaram, o que não estou certa se prova alguma coisa ou não... mas que lhe seja dado o benefício da dúvida.

Mas de uma acusação, que agora lhe faço (a ele como a outros) não se poderá porém livrar, como outros também não poderiam: como ousou, sendo um advogado, aceitar o cargo de Secretário Regional da Agricultura e Pescas? Que entende um advogado de agricultura ou de pescas? Como ousaram propô-lo para esse cargo os que prepararam as listas em que os eleitores afinal votaram?


De que maneira e com que critério votam os portugueses (quando não ficam em casa sem ir votar)? Procuram saber em "quem" estão a votar? Confiam cegamente nos partidos da sua preferência? Quando atingirão, como eleitores, finalmente a adultez?

(E já agora, veja-se também http://aventar.eu/2009/11/16/ricardo-rodrigues-um-deputado-com-pergaminhos/
ou http://alertaconstante.blogspot.com/2009/12/ricardo-rodrigues-vice-presidente-da.html)

2 comentários:

  1. So visto.......!!!!
    E pensar que o PS vai voltar a ganhar as eleições até dáa volta ao estomago!!!!

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  2. Só ganhará se o povo quiser, é claro.
    E se é assim tão paspalho, nem vale a pena ter pena dele. Tem o que merece.

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