segunda-feira, 2 de maio de 2011
Tanto trabalho!
Há muito que me queixo do aspecto (que a maior parte das pessoas aceita como coisa sem remédio) de não haver frutas nem legumes, nos mercados locais, que não venham de fora. E de facto é de fora que vêem; já lá vão os tempos do Mercado da Graça, cheio de coisas boas (de cá...); o mercado ainda existe, mas já não o frequento, embora presumo que continuará a estar cheio de coisas...de fora, que muitas vezes só são boas no aspecto, um pouco à maneira das dálias, e pouco mais.
A vendedora da frutaria local já se habituou às minhas queixas constantes e agora até já faz coro com as ditas.
Na semana passada, uma caixa cheia de esplêndidas cenouras chamou a minha atenção, e enquanto as escolhia e colocava num saco perguntei, com uma réstea de esperança: e estas? são de cá? dado que na caixa não era referida a origem. Não senhora, são do continente...bem, ao menos, não são da Colômbia, pensei eu. E a vendedora foi acrescentando: a sra. sabe? Eu já tive cenouras de cá, mas a pessoa que as cultivava deixou de o fazer, porque segundo disse dava muito trabalho limpá-las...
De imediato de lembrei dos versos tão velhos:
A preguiça e o desmazelo
juntaram-se em casamento
levando os dois em bom dote
uma mão cheia de vento...
Já não me lembro de todas as quadras, mas muito bem da última, que sempre me arrepiou:
A preguiça tem dois filhos
oh que santa geração
a mais velha é D. Fome
e o mais novo D. Ladrão!
Pois é, Portugal. António Correia de Oliveira foi saneado como poeta, e há-de haver quem o julgue e o diga "um poeta menor", se é que não lhe desconhecem meramente a existência.
Por esta e por outras agora tens de te entender com o FMI e mais com quem te vem governar, dado que não sabes nem queres nem consegues governar-te a ti mesmo.
Que vergonha.
"
P.S. Semeei couves "penca de chaves" e outros mimos, na minha pequena horta.
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Pencas e... cenouras?
ResponderEliminardá trabalho a limpar... dá é vontade de rir!
A mais velha é D. Fome...e o mais novo D. Ladrão!...Os do meio são D. Pedinchão e D. Sem Vergonha na Cara, é claro...
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