Saíram os resultados dos exames. Dos alunos que tinham prestado provas em Geografia, que foram cinco, três tiveram doze valores, um onze, e um dez.
Poderá concluir-se que tanto faz ser aluno regular, assistir às aulas, ter professores e "estudar", como não????
domingo, 11 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Ih Ih Ih !!
Como fui vigilante no exame de Geografia do 11º ano, trouxe um exemplar um bocado às escondidas comigo para casa e tratei de o resolver, como se fosse um dos examinandos, sem um pingo de batota! Da mesma forma, perante os critérios de correcção publicados, classifiquei a minha própria prova, aliás com bastante severidade, e...consegui 12 (doze) valores!!!! Acredito até que um professor corrector oficial me teria dado mais uns pozinhos, e que com o recurso da nota que decerto pediria, se examinanda verdadeira fosse - uma vez que não concordo com algumas das soluções propostas - era bem capaz de chegar ao catorzezinho, sim senhor!
Bem, até nem parece grande coisa, mas só enquanto eu não disser que não estudo Geografia desde os meus quinze anos, já lá vão pois quarenta e cinco bem puxados, que nunca a estudei aliás a este nível, mas tão somente até ao antigo 5º ano, e me pus em pé de igualdade com alunos que a estudaram durante dois anos a fio (no 10º e 11º anos) com manuais, professores, visitas de estudo, estações meteorológicas montadas na escola e não sei que parafrenálias mais! No próximo dia 8, vos direi que nota apanharam os ditos nessa mesma prova...e é provável que teça mais uns considerandos sobre os porquês de sucesso e insucesso escolares!
E agora deixo-vos, pois vou tentar fazer o exame de Português, e a seguir o de História!!
(Escusado será dizer-vos que esta experiência só ficará completa quando eu pedir a professores das referidas disciplinas - Geografia, História, Português - para resolverem um exame de Física e Química, e já agora também um de Matemática, e se auto-classificarem, tal como eu fiz!)
Bem, até nem parece grande coisa, mas só enquanto eu não disser que não estudo Geografia desde os meus quinze anos, já lá vão pois quarenta e cinco bem puxados, que nunca a estudei aliás a este nível, mas tão somente até ao antigo 5º ano, e me pus em pé de igualdade com alunos que a estudaram durante dois anos a fio (no 10º e 11º anos) com manuais, professores, visitas de estudo, estações meteorológicas montadas na escola e não sei que parafrenálias mais! No próximo dia 8, vos direi que nota apanharam os ditos nessa mesma prova...e é provável que teça mais uns considerandos sobre os porquês de sucesso e insucesso escolares!
E agora deixo-vos, pois vou tentar fazer o exame de Português, e a seguir o de História!!
(Escusado será dizer-vos que esta experiência só ficará completa quando eu pedir a professores das referidas disciplinas - Geografia, História, Português - para resolverem um exame de Física e Química, e já agora também um de Matemática, e se auto-classificarem, tal como eu fiz!)
segunda-feira, 7 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
Where are you going, Portugal?
500 Escolas com menos de 20 alunos encerradas em Setembro
Lusa / EDUCARE| 2010-06-01
O Ministério da Educação estima que já no próximo ano lectivo estejam encerradas cerca de 500 escolas do 1.º ciclo com menos de 20 alunos, no âmbito de um plano de reorganização da rede escolar.
O número provisório foi avançado hoje pelo secretário de Estado da Educação,João Mata, enquanto decorria a reunião do Conselho de Ministros que aprovou a resolução que estabelece os princípios para a reorganização da rede escolar pública.
"Cerca de 500 escolas já não abrem em Setembro", disse aos jornalistas João Mata, sublinhando que os dados definitivos só serão conhecidos a 15 de Junho, altura em que termina a avaliação da situação no terreno.
"O encerramento das escolas com menos de 20 alunos é um princípio que tem de ser aferido no terreno. Há um trabalho de proximidade que está a ser feito com as autarquias e com os agrupamentos escolares", sublinhou o secretário de Estado, explicando que esta resolução do Conselho de Ministros significa que vão encerrar apenas as escolas sem condições.
João Mata garantiu que "os alunos só são deslocados se forem para escolas com melhores condições de ensino e aprendizagem, para garantir igualdade de oportunidades".
Entre as condições que o Governo considera essenciais está a existência de "refeitório, salas de informática, salas para o ensino do inglês e da música".
No total, existem 3200 escolas do 1.º ciclo, das quais 600 têm menos de 20 alunos. Em Portugal, frequentam o 1.º ciclo cerca de 470 mil crianças, estimando-se que esta medida afecte no máximo dez mil crianças.
Em conversa com os jornalistas no Ministério da Educação, João Mata voltou hoje a lembrar que as escolas com menos de 20 alunos apresentam taxas de retenção muito superiores à média nacional: "Em média, a taxa de retenção é superior a 33%".
João Mata disse ainda que este é um trabalho que veio "prosseguir e aprofundar o trabalho iniciado em 2005 e que levou ao encerramento de cerca de 2500 escolas: escolas de insucesso, isoladas e sem condições e sem recursos adequados ao sucesso escolar".
Os negritos são meus.
Ler esta notícia trouxe-me à memória aquele chorão que foi "podado" - isto é, destroçado - porque deixava cair florinhas e folhas secas sobre os carros estacionados...à sua sombra. Então qual é mais fácil - dotar as escolas dos necessários recursos, ou meramente encerrá-las?
Para onde vais, Portugal?
Lusa / EDUCARE| 2010-06-01
O Ministério da Educação estima que já no próximo ano lectivo estejam encerradas cerca de 500 escolas do 1.º ciclo com menos de 20 alunos, no âmbito de um plano de reorganização da rede escolar.
O número provisório foi avançado hoje pelo secretário de Estado da Educação,João Mata, enquanto decorria a reunião do Conselho de Ministros que aprovou a resolução que estabelece os princípios para a reorganização da rede escolar pública.
"Cerca de 500 escolas já não abrem em Setembro", disse aos jornalistas João Mata, sublinhando que os dados definitivos só serão conhecidos a 15 de Junho, altura em que termina a avaliação da situação no terreno.
"O encerramento das escolas com menos de 20 alunos é um princípio que tem de ser aferido no terreno. Há um trabalho de proximidade que está a ser feito com as autarquias e com os agrupamentos escolares", sublinhou o secretário de Estado, explicando que esta resolução do Conselho de Ministros significa que vão encerrar apenas as escolas sem condições.
João Mata garantiu que "os alunos só são deslocados se forem para escolas com melhores condições de ensino e aprendizagem, para garantir igualdade de oportunidades".
Entre as condições que o Governo considera essenciais está a existência de "refeitório, salas de informática, salas para o ensino do inglês e da música".
No total, existem 3200 escolas do 1.º ciclo, das quais 600 têm menos de 20 alunos. Em Portugal, frequentam o 1.º ciclo cerca de 470 mil crianças, estimando-se que esta medida afecte no máximo dez mil crianças.
Em conversa com os jornalistas no Ministério da Educação, João Mata voltou hoje a lembrar que as escolas com menos de 20 alunos apresentam taxas de retenção muito superiores à média nacional: "Em média, a taxa de retenção é superior a 33%".
João Mata disse ainda que este é um trabalho que veio "prosseguir e aprofundar o trabalho iniciado em 2005 e que levou ao encerramento de cerca de 2500 escolas: escolas de insucesso, isoladas e sem condições e sem recursos adequados ao sucesso escolar".
Os negritos são meus.
Ler esta notícia trouxe-me à memória aquele chorão que foi "podado" - isto é, destroçado - porque deixava cair florinhas e folhas secas sobre os carros estacionados...à sua sombra. Então qual é mais fácil - dotar as escolas dos necessários recursos, ou meramente encerrá-las?
Para onde vais, Portugal?
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Os rios de Babilónia
Sôbolos rios que vão
por Babilónia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
e quanto nela passei.
Ali, o rio corrente
de meus olhos foi manado,
e, tudo bem comparado,
Babilónia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.
Ali, lembranças contentes
n'alma se representaram,
e minhas cousas ausentes
se fizeram tão presentes
como se nunca passaram.
Ali, depois de acordado,
co rosto banhado em água,
deste sonho imaginado,
vi que todo o bem passado
não é gosto, mas é mágoa.
terça-feira, 27 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Os porquês...
Uncovering the hidden causes of bullying and school violence:
Counseling and Human Development, Feb 2000 by Weinhold, Barry K
...já se conhecem.
Counseling and Human Development, Feb 2000 by Weinhold, Barry K
...já se conhecem.
Autocarro escolar - look out!
Last spring, a sixth-grade Montgomery County girl was thrown down in the back of her school bus by several older boys who, the girl said, grabbed her breasts and buttocks and feigned sex acts.
In December, a 6-year-old Frederick County girl was allegedly fondled by a middle-schooler while riding a bus to her gifted student program. Her mother said she didn't learn of the incident until May, when the driver told her.
Two months ago, an 11-year-old girl was allegedly attacked by two girls and three boys during a bus ride home from her elementary school, south of Richmond. The group, the girl said, held her down, groped her and penetrated her with an object.
"Sexual harassment is a much more serious issue in public schools than most people have been willing to admit," said Robert Shoop, a professor at Kansas State University. "And it's much more likely to occur in unsupervised venues -- like buses or bathrooms."
Buses are "more dangerous, in that society has become more sexualized and less civil," Shoop added. "Now many more kids are saying, 'I don't want to ride the bus.' They're scared."
Yet, he said, only about 5 to 10 percent of students report being victimized. "It takes a lot of courage on the kid's part and money on the parent's part" to press forward with charges, Shoop said.
Schools, safety advocates say, need to improve school bus supervision, teach students about appropriate behavior and encourage students to report incidents that cross the line. When incidents do occur, quick and decisive action by schools and police is vital, Shoop said. "Kids have to see there are consequences," he said. Otherwise, "they don't see it as serious."
Sometimes neither participants nor victims know when bad behavior becomes criminal.
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2005/06/13/AR2005061301642.html
In December, a 6-year-old Frederick County girl was allegedly fondled by a middle-schooler while riding a bus to her gifted student program. Her mother said she didn't learn of the incident until May, when the driver told her.
Two months ago, an 11-year-old girl was allegedly attacked by two girls and three boys during a bus ride home from her elementary school, south of Richmond. The group, the girl said, held her down, groped her and penetrated her with an object.
"Sexual harassment is a much more serious issue in public schools than most people have been willing to admit," said Robert Shoop, a professor at Kansas State University. "And it's much more likely to occur in unsupervised venues -- like buses or bathrooms."
Buses are "more dangerous, in that society has become more sexualized and less civil," Shoop added. "Now many more kids are saying, 'I don't want to ride the bus.' They're scared."
Yet, he said, only about 5 to 10 percent of students report being victimized. "It takes a lot of courage on the kid's part and money on the parent's part" to press forward with charges, Shoop said.
Schools, safety advocates say, need to improve school bus supervision, teach students about appropriate behavior and encourage students to report incidents that cross the line. When incidents do occur, quick and decisive action by schools and police is vital, Shoop said. "Kids have to see there are consequences," he said. Otherwise, "they don't see it as serious."
Sometimes neither participants nor victims know when bad behavior becomes criminal.
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2005/06/13/AR2005061301642.html
Pois é claro...
Escola de Fitares ignorou 12 queixas
Além do docente que se suicidou, outros seis professores participaram situações graves:
Luís Carmo, o professor da escola de Fitares que se suicidou a 9 de Fevereiro, não foi o único a participar situações graves de indisciplina dos alunos da turma 9º B. O CM teve acesso ao registo de ocorrências disciplinares do livro de ponto da turma, onde, além de Luís Carmo, mais seis professores fizeram participação ao director de turma. Foram 12 participações em quatro meses, quase todas relativas a um grupo de três alunos, algumas relatando situações graves. Eis alguns exemplos: 'O aluno J. saiu pelas 10h50 da sala de aula sem qualquer explicação ou solicitação'; 'Os alunos J., R. e P. tiveram um comportamento perturbador. A continuarem assim não terão lugar futuramente nestas aulas'; 'O aluno J. recusou-se a sair da sala de aula quando o expulsei'; 'O aluno J. perturba a aula com comentários agressivos, sons, gritos'. Nenhuma destas queixas originou processos aos alunos. 'Um deles cumpriu trabalhos na biblioteca mas não houve processo', conta um professor.
As participações feitas no livro de ponto por Luís Carmo foram situações menos graves, como de alunos que não levaram o caderno para a aula. Mas o docente que se suicidou fez sete participações disciplinares contra estes mesmos alunos, que também não tiveram seguimento. 'O regulamento prevê inquéritos disciplinares conjuntos mas não foi aplicado', conta este docente. O CM tentou, sem sucesso, falar com a directora da escola, Cristina Frazão.
Sindicato critica:
Maria José Rangel (FNE) criticou a nomeação para o caso de um inspector a começar carreira, exigindo 'um inspector com mais traquejo'. A dirigente defendeu que 'o passado de Luís Carmo não tem de ser investigado'.
Ministério reage:
O Ministério da Educação só respondeu ontem ao ‘CM’: 'O instrutor é um inspector que a instituição entendeu competente para o efeito'.
Pois é claro (que significa "competente"?)
Além do docente que se suicidou, outros seis professores participaram situações graves:
Luís Carmo, o professor da escola de Fitares que se suicidou a 9 de Fevereiro, não foi o único a participar situações graves de indisciplina dos alunos da turma 9º B. O CM teve acesso ao registo de ocorrências disciplinares do livro de ponto da turma, onde, além de Luís Carmo, mais seis professores fizeram participação ao director de turma. Foram 12 participações em quatro meses, quase todas relativas a um grupo de três alunos, algumas relatando situações graves. Eis alguns exemplos: 'O aluno J. saiu pelas 10h50 da sala de aula sem qualquer explicação ou solicitação'; 'Os alunos J., R. e P. tiveram um comportamento perturbador. A continuarem assim não terão lugar futuramente nestas aulas'; 'O aluno J. recusou-se a sair da sala de aula quando o expulsei'; 'O aluno J. perturba a aula com comentários agressivos, sons, gritos'. Nenhuma destas queixas originou processos aos alunos. 'Um deles cumpriu trabalhos na biblioteca mas não houve processo', conta um professor.
As participações feitas no livro de ponto por Luís Carmo foram situações menos graves, como de alunos que não levaram o caderno para a aula. Mas o docente que se suicidou fez sete participações disciplinares contra estes mesmos alunos, que também não tiveram seguimento. 'O regulamento prevê inquéritos disciplinares conjuntos mas não foi aplicado', conta este docente. O CM tentou, sem sucesso, falar com a directora da escola, Cristina Frazão.
Sindicato critica:
Maria José Rangel (FNE) criticou a nomeação para o caso de um inspector a começar carreira, exigindo 'um inspector com mais traquejo'. A dirigente defendeu que 'o passado de Luís Carmo não tem de ser investigado'.
Ministério reage:
O Ministério da Educação só respondeu ontem ao ‘CM’: 'O instrutor é um inspector que a instituição entendeu competente para o efeito'.
Pois é claro (que significa "competente"?)
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Sabíeis que...
...na Europa, nenhum país tem mais instituições de ensino superior por habitante do que Portugal?
"O caso português é anormal em número de instituições. Mas o problema mais grave é o do número excessivo de cursos. Há formações abstrusas com corpos docentes abstrusos", critica Vítor Crespo, autor do estudo onde é feita esta comparação e ex ministro da educação.
Em 2006, assim, o país contava com 17 (dezassete) instituições de ensino superior por milhão de habitantes, enquanto que no Reino Unido, por exemplo, a relação é de 2,9 instituições por milhão de habitantes e em Espanha é de 2,1 - ou 7, de outra fonte.
Isto eu não sabia ao certo, embora me parecesse que assim seria.
Mas uma coisa eu sabia e sei: os governantes portugueses preferem a quantidade à qualidade e adoram estrompar dinheiro.
Quando poremos fim a esta bodega??
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_institui%C3%A7%C3%B5es_de_ensino_superior_portuguesas
"O caso português é anormal em número de instituições. Mas o problema mais grave é o do número excessivo de cursos. Há formações abstrusas com corpos docentes abstrusos", critica Vítor Crespo, autor do estudo onde é feita esta comparação e ex ministro da educação.
Em 2006, assim, o país contava com 17 (dezassete) instituições de ensino superior por milhão de habitantes, enquanto que no Reino Unido, por exemplo, a relação é de 2,9 instituições por milhão de habitantes e em Espanha é de 2,1 - ou 7, de outra fonte.
Isto eu não sabia ao certo, embora me parecesse que assim seria.
Mas uma coisa eu sabia e sei: os governantes portugueses preferem a quantidade à qualidade e adoram estrompar dinheiro.
Quando poremos fim a esta bodega??
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_institui%C3%A7%C3%B5es_de_ensino_superior_portuguesas
terça-feira, 6 de abril de 2010
Hombre de clase alta golpea brutalmente a su esposa en Colombia
2 de octubre de 2009
El empresario Rafael Dangond Lacouture, quien propinó una brutal golpiza a su esposa, Lissette Ochoa, el 30 de julio de 2006 al salir de un matrimonio en el Country Club de Barranquilla, fue llamado a juicio por un fiscal delegado ante el Tribunal Superior.
Hace tres años la Fiscalía precluyó el proceso a favor de Dangond Lacouture, lo que hizo que el acusado recobrara su libertad y se reconciliara con su esposa, quien lo perdonó. La decisión de la fiscal fue apelada por Rodolfo Del Río, abogado de la familia Ochoa y tres años después, un fiscal delegado ante el Tribunal encontró méritos para llamarlo a juicio.
Juristas opinaron que el hecho de que la pareja se haya reconciliado después de la agresión no quiere decir que el acusado no tenga que pagar por los delitos cometidos.
Según Rodolfo Del Río, abogado de la familia Ochoa, "la justicia tarda, pero llega. Esto es un mensaje para los hombres que agreden a sus compañeras". Del Río aseguró que ahora el ganadero deberá comparecer ante un juez para responder por la salvaje golpiza.
Por sorte, esta senhora ainda tinha pai, e outros familiares, a quem pôde telefonar e pedir socorro! Quantas já não têm?
Este caso chegou à polícia e aos media. Quantos não chegam?
Mas, Lissette, cuidado. Perdoar é preciso; mas...cesteiro que faz um cesto...faz um cento!
Mas que raio...
A Inspecção-Geral de Educação ilibou os responsáveis da escola Luciano Cordeiro, em Mirandela, da morte de Leandro, o menino que se atirou ao rio Tua, após várias queixas de bullying. A IGE concluiu que a morte do jovem não foi provocada por maus tratos da parte de colegas e considera que a direcção da escola não tem responsabilidades na morte.
Leandro, de 12 anos, atirou-se ao rio Tua no dia 2 de Março, em Mirandela, a escassos metros da escola que frequentava. O corpo foi encontrado a 25 de Março, a cerca de dez quilómetros da cidade transmontana. As queixas de bullying já existiam desde 2008, sendo confirmadas por colegas e familiares da criança.
Nas conclusões do inquérito instaurado pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), a Escola Básica Luciano Cordeiro sai ilibada de responsabilidades pelo facto de o aluno ter deixado as instalações do estabelecimento de ensino durante o período lectivo. Por outro lado, o processo delegado na Inspecção-Geral de Educação (IGE) terá permitido concluir que o rapaz não era alvo de actos continuados de violência por parte de colegas.
Em nota enviada à redacção da RTP, o Ministério da Educação sublinha que o relatório "permite concluir que a Direcção da Escola presta atenção e actua, diferenciando as situações pelo seu grau de gravidade e frequência, em casos de participação e conhecimento de atitudes e comportamentos desadequados dos alunos".
As conclusões do inquérito referem que, "no dia 2 de Março, após uma manhã que decorreu dentro da normalidade", o jovem "faltou à aula das 12 horas, juntamente com dois colegas, e esteve envolvido em dois incidentes com outros alunos no espaço da escola". "Os depoimentos dos alunos ouvidos são contraditórios entre si, não se concluindo pela existência de agressões", assinala o Ministério. O aluno, apurou o inspector da IGE depois de ouvir 38 pessoas, terá abandonado o recinto escolar "presumivelmente através das grades", ao passo que alguns dos seus colegas o fizeram pelo portão "sem que tivessem sido impedidos".
Certidões seguem para a Câmara Municipal
O relatório, acrescenta o comunicado enviado à RTP, "não aponta para a instauração de procedimento disciplinar a responsáveis na dependência directa" do Ministério da Educação. No entanto, a tutela indica que "serão extraídas certidões a remeter para a Direcção da Escola e para a Câmara Municipal de Mirandela", responsável pelos funcionários do estabelecimento de ensino.
Em declarações à agência Lusa, a vereadora da Educação na autarquia de Mirandela afirmou que o inquérito da Inspecção-Geral "tem implícita uma tentativa de transferir responsabilidades para o pessoal não docente e para a autarquia": "O relatório não aponta para a instauração de procedimento disciplinar a responsáveis na dependência directa do Ministério da Educação".
"Ora, na escola, o pessoal não docente é o único que não se encontra na dependência directa do Ministério da Educação e faz parte dos quadros da Câmara Municipal", frisou Maria Gentil. Segundo a edil, a Câmara de Mirandela não dispõe de competência para abrir procedimentos disciplinares, tão-pouco na gestão directa dos funcionários em causa. Essa competência, disse, recai sobre a direcção da Escola Básica Luciano Cordeiro.
"Revolta"
Numa primeira reacção às conclusões do inquérito, os pais do aluno confessaram sentir "revolta". A mãe do rapaz exigiu mesmo que os responsáveis da escola sejam responsabilizados pela ausência de segurança, dizendo-se disposta em avançar para tribunal.
"São uns incorrectos que ali estão. Não têm capacidade para estar à frente de uma escola como estão", reagiu o pai do aluno, Armindo Pires, ouvido pela Antena 1. "Os portões estavam abertos. Ele não tinha autorização para sair. É tudo à conveniência deles. Eles têm a faca e o queijo na mão", acrescentou.
O jovem ter-se-á atirado ao Rio Tua a 2 de Março, depois de ter abandonado a Escola Básica 2/3 Luciano Cordeiro. O corpo foi encontrado ao início da manhã do dia 25 de Março a cerca de dez quilómetros do parque de merendas de Mirandela, entre Frexas e Cachão. Na altura do desaparecimento, a morte do aluno foi associada a um caso de violência escolar - o jovem ter-se-ia lançado ao Tua devido a alegadas agressões por parte de colegas.
Leandro, de 12 anos, atirou-se ao rio Tua no dia 2 de Março, em Mirandela, a escassos metros da escola que frequentava. O corpo foi encontrado a 25 de Março, a cerca de dez quilómetros da cidade transmontana. As queixas de bullying já existiam desde 2008, sendo confirmadas por colegas e familiares da criança.
Nas conclusões do inquérito instaurado pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), a Escola Básica Luciano Cordeiro sai ilibada de responsabilidades pelo facto de o aluno ter deixado as instalações do estabelecimento de ensino durante o período lectivo. Por outro lado, o processo delegado na Inspecção-Geral de Educação (IGE) terá permitido concluir que o rapaz não era alvo de actos continuados de violência por parte de colegas.
Em nota enviada à redacção da RTP, o Ministério da Educação sublinha que o relatório "permite concluir que a Direcção da Escola presta atenção e actua, diferenciando as situações pelo seu grau de gravidade e frequência, em casos de participação e conhecimento de atitudes e comportamentos desadequados dos alunos".
As conclusões do inquérito referem que, "no dia 2 de Março, após uma manhã que decorreu dentro da normalidade", o jovem "faltou à aula das 12 horas, juntamente com dois colegas, e esteve envolvido em dois incidentes com outros alunos no espaço da escola". "Os depoimentos dos alunos ouvidos são contraditórios entre si, não se concluindo pela existência de agressões", assinala o Ministério. O aluno, apurou o inspector da IGE depois de ouvir 38 pessoas, terá abandonado o recinto escolar "presumivelmente através das grades", ao passo que alguns dos seus colegas o fizeram pelo portão "sem que tivessem sido impedidos".
Certidões seguem para a Câmara Municipal
O relatório, acrescenta o comunicado enviado à RTP, "não aponta para a instauração de procedimento disciplinar a responsáveis na dependência directa" do Ministério da Educação. No entanto, a tutela indica que "serão extraídas certidões a remeter para a Direcção da Escola e para a Câmara Municipal de Mirandela", responsável pelos funcionários do estabelecimento de ensino.
Em declarações à agência Lusa, a vereadora da Educação na autarquia de Mirandela afirmou que o inquérito da Inspecção-Geral "tem implícita uma tentativa de transferir responsabilidades para o pessoal não docente e para a autarquia": "O relatório não aponta para a instauração de procedimento disciplinar a responsáveis na dependência directa do Ministério da Educação".
"Ora, na escola, o pessoal não docente é o único que não se encontra na dependência directa do Ministério da Educação e faz parte dos quadros da Câmara Municipal", frisou Maria Gentil. Segundo a edil, a Câmara de Mirandela não dispõe de competência para abrir procedimentos disciplinares, tão-pouco na gestão directa dos funcionários em causa. Essa competência, disse, recai sobre a direcção da Escola Básica Luciano Cordeiro.
"Revolta"
Numa primeira reacção às conclusões do inquérito, os pais do aluno confessaram sentir "revolta". A mãe do rapaz exigiu mesmo que os responsáveis da escola sejam responsabilizados pela ausência de segurança, dizendo-se disposta em avançar para tribunal.
"São uns incorrectos que ali estão. Não têm capacidade para estar à frente de uma escola como estão", reagiu o pai do aluno, Armindo Pires, ouvido pela Antena 1. "Os portões estavam abertos. Ele não tinha autorização para sair. É tudo à conveniência deles. Eles têm a faca e o queijo na mão", acrescentou.
O jovem ter-se-á atirado ao Rio Tua a 2 de Março, depois de ter abandonado a Escola Básica 2/3 Luciano Cordeiro. O corpo foi encontrado ao início da manhã do dia 25 de Março a cerca de dez quilómetros do parque de merendas de Mirandela, entre Frexas e Cachão. Na altura do desaparecimento, a morte do aluno foi associada a um caso de violência escolar - o jovem ter-se-ia lançado ao Tua devido a alegadas agressões por parte de colegas.
Homeschooling - pros and cons
Homeschooling is becoming more popular every day, with a growth rate of 7 to 15 percent per year. There are about two million children currently learning at home. Homeschooled kids do well on standardized tests, are welcome at colleges and universities, and as adults, have a reputation for being self-directed learners and reliable employees.
Almost ten years ago, when I was making the decision to homeschool, I wrote up a list of pros and cons. The pros won me over, but since then, I've discovered there were many more pros and cons that I couldn't possibly have anticipated!
To help other parents who are considering homeschooling, here is a new list of pros and cons. This list is based on both my experience and the experiences of dozens of families who've shared with me the ups and downs of their day-to-day homeschooling.
The Pros
Educational Freedom. Most homeschooled students have the choice to study and learn what they want, when they want, for as long as they want. This is not to say that all the basics (and more!) aren't covered. But those basics may be covered at age six for one child, and at age ten for another, depending on ability, maturity, and interest levels. (Unfortunately, a few states do have unnecessarily restrictive legal requirements; in those states, educational freedom may be limited.)
Physical Freedom. After the initial shock of leaving the school system has passed, parents who homeschool say they experience a real sense of freedom. With their lives no longer revolving around school hours, homework, and the school calendar, these families plan off-season vacations, visit parks and museums during the week, and live their lives according to what works for them.
Emotional Freedom. Sadly, peer pressure, competition, boredom, and bullies — are all part of a typical school day. This can be a particular problem for girls. According to studies, self-esteem plummets in middle-school girls. However, similar studies of homeschooled girls have shown that self-esteem remains intact and that these girls continue to thrive. (Read A Sense of Self: Listening to Homeschooled Adolescent Girls by Susannah Sheffer.) Homeschooled kids can dress and act and think the way they want, without fear of ridicule or a need to "fit in." They live in the real world, where lives aren't dictated by adolescent trends and dangerous experimentation.
Religious Freedom. Many families feel their religious and spiritual beliefs are an important part of who they are. Homeschooling provides the opportunity for parents to incorporate their beliefs into their daily lives.
Closer Family Relationships. Just about every family stressed the important role that homeschooling played in helping them find time to foster loving ties between all family members. Teens seem to benefit enormously from this interaction, and rebellious, destructive behavior often begins to diminish soon after homeschooling begins.
Stability During Difficult Times. Whether there's a new baby, an illness, a death in the family, or another obstacle or transition, homeschooling helps families cope during challenging periods. Dauri, who homeschools her three boys, described how homeschooling helped her family adjust to a move from Europe back to the US, followed by another move across the country: "It was a great comfort that we homeschooled throughout the moves. It was a stabilizing factor in our otherwise mixed-up lives."
Well-Rested Kids. As more and more studies are illustrating, sleep is vital to the emotional and physical well-being of kids, especially teens and preteens. The effects of early morning classes can be devastating to many children, especially those who are not morning people. After realizing that lack of sleep and hours of busywork often left her boy in a zombie-like stupor, Haya has decided to try homeschooling: "My oldest (age 13), is up at 6:30 in order to catch the bus at 7:15 and start school at 7:30. He comes home at 3:00 and does homework — sometimes until midnight. He's often exhausted. I'm hoping that when we homeschool next year, the dark circles under his eyes will disappear and his real personality will emerge again."
No Busywork. Homeschooled children can accomplish in a few hours what takes a typical classroom a week or more to cover. In a recent interview, John Taylor Gatto, New York City Teacher of the Year and a 26-year teaching veteran, said that in many classrooms less than one hour out of each school day is spent on "on task" learning. No wonder these kids have so much homework. And that brings us to a major "pro" of homeschooling: No more homework!
(John Taylor Gatto (born December 15, 1935) is an American retired school teacher of 29 years and 8 months and author of several books on education. He is an activist critical of compulsory schooling and of what he characterizes as the hegemonic nature of discourse on education and the education professions).
The Cons
Time Restraints. There's no way around it: learning outside of a school environment can consume a lot of mom or dad's time. Most folks visualize that time being spent at the kitchen table with textbooks and worksheets, but for most families, that's not the case. My family has never gone that route, choosing hands-on experiences and interesting activities as learning tools, instead. However, planning, driving to, and participating in those activities (or waiting for them to be over) constitute the bulk of my day. And that can be very draining.
As a single homeschooling mom, Mickey wrote to say that single parents who homeschool their kids face even greater time restraints: "We have to be very creative in our timing because I work and homeschool. Luckily, I work close to home and have a lot of time off, but it's still a challenge."
Financial Restraints. For married parents, one partner often foregoes full-time employment out of the home in order to homeschool. This can be a big sacrifice for families who are struggling to balance their budget. Surprisingly, most homeschooling families believe that the brief loss of income is well worth the satisfaction of watching their kids grow and learn in freedom.
Being with Your Kids 24/7. There's no denying it — if you choose to homeschool, you're going to be with your kids most of the time. If you don't enjoy being together, then homeschooling is not for you. While it can sometimes be difficult, most homeschool parents view their daily interactions with their kids — the ups as well as the downs — as opportunities for personal and familial growth.
Limited Team Sports. While community sports activities fill the void for younger kids, teens often find limited opportunities to join sports teams, especially competitive ones. Depending on where you live, homeschoolers may or may not be welcome to participate on teams with their public-schooled peers. Several parents did mention that a few families overcame this problem by creating their own teams.
Living Outside the Norm. Like any activity that challenges mainstream thinking, homeschooling may be seen as an oddity at best, or even as a threat to those who are unable to accept ordinary parents succeeding where trained professionals often fail. My family has developed a bit of a tough exterior over the years, but negative comments and criticisms still filter in occasionally. If you are unable to live "outside of the box," then homeschooling is not for you.
And...
One Last Pro:
Although this list is by no means comprehensive, it does provide an accurate overview of the pros and cons of the homeschooling lifestyle. But I did save one of the best "pros" for last: "When you need a hug, there's always one to be found!"
Almost ten years ago, when I was making the decision to homeschool, I wrote up a list of pros and cons. The pros won me over, but since then, I've discovered there were many more pros and cons that I couldn't possibly have anticipated!
To help other parents who are considering homeschooling, here is a new list of pros and cons. This list is based on both my experience and the experiences of dozens of families who've shared with me the ups and downs of their day-to-day homeschooling.
The Pros
Educational Freedom. Most homeschooled students have the choice to study and learn what they want, when they want, for as long as they want. This is not to say that all the basics (and more!) aren't covered. But those basics may be covered at age six for one child, and at age ten for another, depending on ability, maturity, and interest levels. (Unfortunately, a few states do have unnecessarily restrictive legal requirements; in those states, educational freedom may be limited.)
Physical Freedom. After the initial shock of leaving the school system has passed, parents who homeschool say they experience a real sense of freedom. With their lives no longer revolving around school hours, homework, and the school calendar, these families plan off-season vacations, visit parks and museums during the week, and live their lives according to what works for them.
Emotional Freedom. Sadly, peer pressure, competition, boredom, and bullies — are all part of a typical school day. This can be a particular problem for girls. According to studies, self-esteem plummets in middle-school girls. However, similar studies of homeschooled girls have shown that self-esteem remains intact and that these girls continue to thrive. (Read A Sense of Self: Listening to Homeschooled Adolescent Girls by Susannah Sheffer.) Homeschooled kids can dress and act and think the way they want, without fear of ridicule or a need to "fit in." They live in the real world, where lives aren't dictated by adolescent trends and dangerous experimentation.
Religious Freedom. Many families feel their religious and spiritual beliefs are an important part of who they are. Homeschooling provides the opportunity for parents to incorporate their beliefs into their daily lives.
Closer Family Relationships. Just about every family stressed the important role that homeschooling played in helping them find time to foster loving ties between all family members. Teens seem to benefit enormously from this interaction, and rebellious, destructive behavior often begins to diminish soon after homeschooling begins.
Stability During Difficult Times. Whether there's a new baby, an illness, a death in the family, or another obstacle or transition, homeschooling helps families cope during challenging periods. Dauri, who homeschools her three boys, described how homeschooling helped her family adjust to a move from Europe back to the US, followed by another move across the country: "It was a great comfort that we homeschooled throughout the moves. It was a stabilizing factor in our otherwise mixed-up lives."
Well-Rested Kids. As more and more studies are illustrating, sleep is vital to the emotional and physical well-being of kids, especially teens and preteens. The effects of early morning classes can be devastating to many children, especially those who are not morning people. After realizing that lack of sleep and hours of busywork often left her boy in a zombie-like stupor, Haya has decided to try homeschooling: "My oldest (age 13), is up at 6:30 in order to catch the bus at 7:15 and start school at 7:30. He comes home at 3:00 and does homework — sometimes until midnight. He's often exhausted. I'm hoping that when we homeschool next year, the dark circles under his eyes will disappear and his real personality will emerge again."
No Busywork. Homeschooled children can accomplish in a few hours what takes a typical classroom a week or more to cover. In a recent interview, John Taylor Gatto, New York City Teacher of the Year and a 26-year teaching veteran, said that in many classrooms less than one hour out of each school day is spent on "on task" learning. No wonder these kids have so much homework. And that brings us to a major "pro" of homeschooling: No more homework!
(John Taylor Gatto (born December 15, 1935) is an American retired school teacher of 29 years and 8 months and author of several books on education. He is an activist critical of compulsory schooling and of what he characterizes as the hegemonic nature of discourse on education and the education professions).
The Cons
Time Restraints. There's no way around it: learning outside of a school environment can consume a lot of mom or dad's time. Most folks visualize that time being spent at the kitchen table with textbooks and worksheets, but for most families, that's not the case. My family has never gone that route, choosing hands-on experiences and interesting activities as learning tools, instead. However, planning, driving to, and participating in those activities (or waiting for them to be over) constitute the bulk of my day. And that can be very draining.
As a single homeschooling mom, Mickey wrote to say that single parents who homeschool their kids face even greater time restraints: "We have to be very creative in our timing because I work and homeschool. Luckily, I work close to home and have a lot of time off, but it's still a challenge."
Financial Restraints. For married parents, one partner often foregoes full-time employment out of the home in order to homeschool. This can be a big sacrifice for families who are struggling to balance their budget. Surprisingly, most homeschooling families believe that the brief loss of income is well worth the satisfaction of watching their kids grow and learn in freedom.
Being with Your Kids 24/7. There's no denying it — if you choose to homeschool, you're going to be with your kids most of the time. If you don't enjoy being together, then homeschooling is not for you. While it can sometimes be difficult, most homeschool parents view their daily interactions with their kids — the ups as well as the downs — as opportunities for personal and familial growth.
Limited Team Sports. While community sports activities fill the void for younger kids, teens often find limited opportunities to join sports teams, especially competitive ones. Depending on where you live, homeschoolers may or may not be welcome to participate on teams with their public-schooled peers. Several parents did mention that a few families overcame this problem by creating their own teams.
Living Outside the Norm. Like any activity that challenges mainstream thinking, homeschooling may be seen as an oddity at best, or even as a threat to those who are unable to accept ordinary parents succeeding where trained professionals often fail. My family has developed a bit of a tough exterior over the years, but negative comments and criticisms still filter in occasionally. If you are unable to live "outside of the box," then homeschooling is not for you.
And...
One Last Pro:
Although this list is by no means comprehensive, it does provide an accurate overview of the pros and cons of the homeschooling lifestyle. But I did save one of the best "pros" for last: "When you need a hug, there's always one to be found!"
...que eu te darei um abraço...
A woman may gain more from hugs than a man:
Women's heart health may benefit more from hugs than men's, a study suggests.
A team from the University of North Carolina studied the effects of hugging on both partners in 38 couples.
The study showed hugs increased levels of oxytocin, a "bonding" hormone, and reduced blood pressure - which cuts the risk of heart disease.
But, writing in the Psychosomatic Medicine, the researchers said women recorded greater reductions in blood pressure than men after their hugs.
This growing body of research only goes to highlight how important social support is for everyone, not just those in a relationship.
During the study, the men and women were taken to separate rooms to test their blood pressure and levels of oxytocin, which is released during childbirth and breastfeeding, and cortisol, a stress hormone.
The couples were then reunited and asked to sit together and talk about a time when they were particularly happy.
They then watched five minutes of a romantic film before being left to talk to each other for a further 10 minutes.
Next, the couples were asked to hug for 20 seconds.
Both men and women were seen to have higher levels of oxytocin after the hug.
People in loving relationships were found to have higher levels of the hormone than others.
But the study also found all women had reduced levels of cortisol following the hug, as well as reporting the blood pressure benefits.
The researchers, led by psychologist Dr Karen Grewen, wrote in Psychosomatic Medicine: "Greater partner support is linked to higher oxytocin levels for both men and women.
"However, the importance of oxytocin and its potentially cardioprotective effects may be greater for women."
Dr Charmaine Griffiths, spokesperson for the British Heart Foundation, said: "Scientists are increasingly interested in the possibility that positive emotions can be good for your health.
"This study has reinforced research findings that support from a partner, in this case a hug from a loved one, can have beneficial effects on heart health."
She added: "British Heart Foundation researchers have already demonstrated links between a positive emotional state, such as happiness, and low levels of the stress hormone, cortisol".
A quem o dizem!!
segunda-feira, 5 de abril de 2010
John Holt
The most important thing any teacher has to learn, not to be learned in any school of education I ever heard of, can be expressed in seven words: Learning is not the product of teaching. Learning is the product of the activity of learners...
How Children Learn is a book by educator John Holt, first published in 1967. A revised edition was released in 1983 with new chapters and commentaries.
The book focuses on Holt's interactions with young children, and his observations of children learning. From these experiences he attempts to make sense of how and why children do the things they do. The central thesis of his work is that children learn most effectively by their own motivation and on their own terms. He opposes teaching in general, believing that children find it just as patronizing as would an adult, and that parents should only provide information as it is requested.
Children learn best when they are not pressured to learn in a way that is of no interest to them. For example, the first thing all educators should do is evaluate which type of multiple intelligence students' possess and teach and assess them individually on the basis of this.
How Children Learn is a book by educator John Holt, first published in 1967. A revised edition was released in 1983 with new chapters and commentaries.
The book focuses on Holt's interactions with young children, and his observations of children learning. From these experiences he attempts to make sense of how and why children do the things they do. The central thesis of his work is that children learn most effectively by their own motivation and on their own terms. He opposes teaching in general, believing that children find it just as patronizing as would an adult, and that parents should only provide information as it is requested.
Children learn best when they are not pressured to learn in a way that is of no interest to them. For example, the first thing all educators should do is evaluate which type of multiple intelligence students' possess and teach and assess them individually on the basis of this.
Socialization: A Great Reason Not to Go to School
Many people who consider the issue of parents teaching their children at home ask, "But what about socialization?" I've observed hundreds of home-schooled children of various ages in various places in two countries, so I'm confident that home-schooling children doesn't harm them socially. But university researchers continue to explore the issue of homeschooling socialization, and here I'll report on a Ph.D. thesis devoted solely to that subject, and on some related research.
Larry Edward Shyers obtained a Ph.D. degree at the University of Florida in part by conducting research reported in his thesis, Comparison of Social Adjustment Between Home and Traditionally Schooled Students. The whole 299-page thesis is available from University Microfilms International. (The order number is DA9304052, from UMI, 1 (800) 521-3042.) An abstract of the thesis appears in Dissertation Abstracts International at page 4215A of volume 53, number 12 of the humanities/social sciences series.
http://learninfreedom.org/socialization.html
Larry Edward Shyers obtained a Ph.D. degree at the University of Florida in part by conducting research reported in his thesis, Comparison of Social Adjustment Between Home and Traditionally Schooled Students. The whole 299-page thesis is available from University Microfilms International. (The order number is DA9304052, from UMI, 1 (800) 521-3042.) An abstract of the thesis appears in Dissertation Abstracts International at page 4215A of volume 53, number 12 of the humanities/social sciences series.
http://learninfreedom.org/socialization.html
E no entanto...
Pesquisas, principalmente dos Estados Unidos (onde o ensino doméstico é mais comum), mostraram que o número de crianças socialmente privadas entre as educadas em casa é pequeno. A sociabilidade, medida por critérios como participação comunitária, social e política, auto-estima e satisfação em viver, parece ser melhor em média em crianças que foram educadas em casa do que naquelas que frequentaram a escola.
E esta, hem?
E esta, hem?
domingo, 4 de abril de 2010
Ressurreição
Tendo examinado a evidência histórica, nos ateremos agora à questão teológica: Que diferença faz se Jesus realmente ressurgiu no mesmo corpo de carne no qual viveu e morreu? A resposta do Novo Testamento a esta pergunta é clara e inequívoca. Se Jesus não ressuscitasse fisicamente, não haveria salvação (Rm 10.9), a ressurreição é o centro do evangelho pelo qual somos salvos (1Co 15.1-5). O apóstolo Paulo listou uma série de conseqüências relacionadas à negação da ressurreição física. Se Cristo não ressuscitasse, então: nossa fé seria inútil; nós ainda permaneceriamos em nossos pecados; os que dormiram em Cristo estariam perdidos; os apóstolos seriam falsas testemunhas; e seriamos os mais miseráveis de todos os homens (1Co 15.14-19).
sábado, 3 de abril de 2010
Ensino doméstico 2
Modalidade prevista na lei portuguesa, é tão pouco usada no momento actual que nem estatísticas existem a respeito, não tendo eu conseguido saber ao certo se, nos dias de hoje, existem seis, sessenta ou seiscentas crianças portuguesas a ser educadas nesse regime.
O ensino português, neste ano da graça de 2010, continua a ser e é massificador e compulsório, pelo menos até ao nono ano de escolaridade, altura em que o estado entenderá que a fornada, já moldada e convenientemente reduzida ao estatuto de robot ou pouco mais, poderá sair para a vida prática (da qual aprendeu muito mais na televisão do que na escola) ou prosseguir os seus estudos científicos no sentido de uma carreira universitária, da qual sairá uns oito anos mais tarde igualmente preparada e equalizada, em moldes, convenhamos, um tanto ou quanto mais envernizados. Ma non troppo.
Efectivamente, é comum contactarmos com (jovens) licenciados que não atingiram, no seu percurso universitário, alturas muito acima dos hábitos – patamares descobertos enquanto alunos, continuando a perseguir a lei do menor esforço, a aparência em vez da realidade, a cópia servil ao invés do raciocínio, a graxa em vez da verticalidade, o chico espertismo em vez da criatividade actuante.
Enquanto alunos, por exemplo, ter-lhes-á sido ensinado explícita ou implicitamente que deveriam ser participativos, e que a participação (numa aula) passa, ao que parece obrigatoriamente, por dedo no ar e asneira fora da boca, caso mais vulgar - dado que não houve tempo para se pensar na resposta adequada; continuam a fazer o mesmo nas reuniões de grupo, departamento ou etc., que por esta razão demoram cinco e seis horas na repetição interminável dos mesmos argumentos já mais que conhecidos como ineficientes ou mesmo falaciosos.
Enquanto alunos, ter-lhes-á sido transmitido que existem diversos métodos para obter “sucesso”, poucos dos quais passam por aplicação e trabalho árduo, e muitos passando por utilização de fraudes várias, chantagens emocionais, intimidação até, processos que já vi em movimento muitas vezes mais tarde, quando alguns desses ex-alunos se tornam finalmente professores.
Enquanto alunos, jamais lhes foi feito ver que as normas da boa educação surgiram para facilitar a vida em comum, mais ou menos pelos mesmos motivos pelos quais se enchem os cilindros de um motor com óleo lubrificante; algumas, poucas, foram-lhes impostas, é certo, coactivamente (coisa que me lembro de ter aprendido que as normas morais não podem ser) e a essas, submeteram-se enquanto obrigados; depressa foram esquecidas com o final da obrigação, e quanto às outras, a escola não as ensinou logo não as aprenderam, e como em casa também não (é muito vulgar, hoje, a crença de que a escola é que tem de ensinar) não as possuem. E daí o interromper-se quem está no uso da palavra com a maior cara de pau, o falar com a boca cheia, o mascar constante das pastilhas com o envio de perdigotos à cara do interlocutor, o entrar e o sair sem um bom dia, boa tarde ou boa noite e mais exemplos nem refiro.
Atrevo-me a dizer que se o estado pretende que as escola seja a única fonte de aprendizagem possível além da televisão e da net, claro (uma vez que propõe um ensino compulsório e exaustivo no tempo) então que leve essa tendência ao extremo, ensinando realmente tudo o que é preciso uma pessoa saber, nomeadamente que se deve dizer por vezes “obrigado” ou “obrigada”, e distinguindo já agora os casos de emprego do masculino e do feminino na simpática expressão.
Parece-me urgente que o estado português e mais as suas instituições ponderem maduramente na espécie de cidadão que está a ser formada, e que decida de uma vez por todas se é a esta malta tantas vezes inculta, papalva, grosseira, boçal, indiferente, quando não imoral e fraudulenta, que se pretende entregar os destinos do país, no presente e no futuro.
Alguns (em Portugal, não muitos) vêem o ensino doméstico como boa alternativa às escolas públicas. Admito que sejam pessoas treinadas a pensar pelas suas próprias cabeças, coisa que a escola pública parece não ensinar, nem ser feita para isso. Eu própria o frequentei, há uns bons cinquenta anos; escola pública, só na então chamada quarta classe, primeiro ano, quarto e quinto (agora denominados 5º, 8º e 9º anos) mais o secundário, o que perfaz no meu percurso pré-universitário, cinco anos de ensino doméstico versus seis de público, e durante muitos anos pareceu-me (humildemente o confesso) que postas na balança vantagens e inconvenientes, o ensino público teria mais das primeiras embora obviamente muitos dos últimos.
Desse modo pensando, quando chegou ao momento de matricular os meus próprios filhos fi-lo no ensino público. Tê-lo-ia feito hoje? Talvez não…
Quais serão, afinal, as reais vantagens do ensino público? Parece-me ver apenas uma, neste momento, que é o contacto diário com outras crianças e adultos detentores de uma formação diferente dos próprios pais e demais parentes; não posso deixar de pensar porém que tais contactos, à partida vantajosos por abrirem horizontes, não devem deixar de ser acompanhados, olho aberto, pelos pais, dado que na verdade os seus filhos, na escola pública, vão ter realmente contacto com toda a espécie de pessoas e de formações, o que poderá (se as leis da natureza ainda vigoram) conduzir ao mesmo do que a bem lembrada maçã podre entre as sãs. Deverão pois os pais atentos conversar amiúde com os seus filhos sobre os acontecimentos escolares, não entregando de olhos fechados o rebento às circunvalações do esquema.
Assim a escola pública parece contribuir favoravelmente para a socialização dos alunos que a frequentam, e para não muito mais, embora por vezes nem mesmo para isso contribua. Muitos alunos saem do percurso escolar, além de robotizados, humilhados, bullyizados e ofendidos por colegas, por professores, por funcionários…e quero crer com não muita vontade de investir, futuramente, em relações sociais.
A questão seguinte é se será a Escola pública o único local onde uma criança pode adquirir, ao menos, e na maior parte dos casos, uma boa socialização. Não deve ser decerto, pois se assim fosse nenhum dos meus quatro avós, por exemplo, mas acompanhados por muitos milhares ou milhões de seres humanos, jamais se teriam socializado, dado que nenhum deles conheceu nenhuma escola por dentro, nem pública nem particular. E no entanto, a acreditar em quem neles me falou, eram pessoas extremamente válidas e actuantes nos seus círculos sociais, dotados da suficiente auto-estima por um lado e praticando diligentemente a ajuda aos seus semelhantes por outro, em tudo modelos de cidadania e ombridade.
Não andaram na escola pública, e efectivamente nela não foi que aprenderam a ler nem a escrever nem a contar, ferramentas para a vida que ainda hoje se crêem essenciais, mas que nem sempre se aprendem convenientemente nas escolas oficiais – nem essas, nem outras.
Depois de todos estes considerandos, constato lamentavelmente que neste momento já não tenho filhos para matricular.
O ensino português, neste ano da graça de 2010, continua a ser e é massificador e compulsório, pelo menos até ao nono ano de escolaridade, altura em que o estado entenderá que a fornada, já moldada e convenientemente reduzida ao estatuto de robot ou pouco mais, poderá sair para a vida prática (da qual aprendeu muito mais na televisão do que na escola) ou prosseguir os seus estudos científicos no sentido de uma carreira universitária, da qual sairá uns oito anos mais tarde igualmente preparada e equalizada, em moldes, convenhamos, um tanto ou quanto mais envernizados. Ma non troppo.
Efectivamente, é comum contactarmos com (jovens) licenciados que não atingiram, no seu percurso universitário, alturas muito acima dos hábitos – patamares descobertos enquanto alunos, continuando a perseguir a lei do menor esforço, a aparência em vez da realidade, a cópia servil ao invés do raciocínio, a graxa em vez da verticalidade, o chico espertismo em vez da criatividade actuante.
Enquanto alunos, por exemplo, ter-lhes-á sido ensinado explícita ou implicitamente que deveriam ser participativos, e que a participação (numa aula) passa, ao que parece obrigatoriamente, por dedo no ar e asneira fora da boca, caso mais vulgar - dado que não houve tempo para se pensar na resposta adequada; continuam a fazer o mesmo nas reuniões de grupo, departamento ou etc., que por esta razão demoram cinco e seis horas na repetição interminável dos mesmos argumentos já mais que conhecidos como ineficientes ou mesmo falaciosos.
Enquanto alunos, ter-lhes-á sido transmitido que existem diversos métodos para obter “sucesso”, poucos dos quais passam por aplicação e trabalho árduo, e muitos passando por utilização de fraudes várias, chantagens emocionais, intimidação até, processos que já vi em movimento muitas vezes mais tarde, quando alguns desses ex-alunos se tornam finalmente professores.
Enquanto alunos, jamais lhes foi feito ver que as normas da boa educação surgiram para facilitar a vida em comum, mais ou menos pelos mesmos motivos pelos quais se enchem os cilindros de um motor com óleo lubrificante; algumas, poucas, foram-lhes impostas, é certo, coactivamente (coisa que me lembro de ter aprendido que as normas morais não podem ser) e a essas, submeteram-se enquanto obrigados; depressa foram esquecidas com o final da obrigação, e quanto às outras, a escola não as ensinou logo não as aprenderam, e como em casa também não (é muito vulgar, hoje, a crença de que a escola é que tem de ensinar) não as possuem. E daí o interromper-se quem está no uso da palavra com a maior cara de pau, o falar com a boca cheia, o mascar constante das pastilhas com o envio de perdigotos à cara do interlocutor, o entrar e o sair sem um bom dia, boa tarde ou boa noite e mais exemplos nem refiro.
Atrevo-me a dizer que se o estado pretende que as escola seja a única fonte de aprendizagem possível além da televisão e da net, claro (uma vez que propõe um ensino compulsório e exaustivo no tempo) então que leve essa tendência ao extremo, ensinando realmente tudo o que é preciso uma pessoa saber, nomeadamente que se deve dizer por vezes “obrigado” ou “obrigada”, e distinguindo já agora os casos de emprego do masculino e do feminino na simpática expressão.
Parece-me urgente que o estado português e mais as suas instituições ponderem maduramente na espécie de cidadão que está a ser formada, e que decida de uma vez por todas se é a esta malta tantas vezes inculta, papalva, grosseira, boçal, indiferente, quando não imoral e fraudulenta, que se pretende entregar os destinos do país, no presente e no futuro.
Alguns (em Portugal, não muitos) vêem o ensino doméstico como boa alternativa às escolas públicas. Admito que sejam pessoas treinadas a pensar pelas suas próprias cabeças, coisa que a escola pública parece não ensinar, nem ser feita para isso. Eu própria o frequentei, há uns bons cinquenta anos; escola pública, só na então chamada quarta classe, primeiro ano, quarto e quinto (agora denominados 5º, 8º e 9º anos) mais o secundário, o que perfaz no meu percurso pré-universitário, cinco anos de ensino doméstico versus seis de público, e durante muitos anos pareceu-me (humildemente o confesso) que postas na balança vantagens e inconvenientes, o ensino público teria mais das primeiras embora obviamente muitos dos últimos.
Desse modo pensando, quando chegou ao momento de matricular os meus próprios filhos fi-lo no ensino público. Tê-lo-ia feito hoje? Talvez não…
Quais serão, afinal, as reais vantagens do ensino público? Parece-me ver apenas uma, neste momento, que é o contacto diário com outras crianças e adultos detentores de uma formação diferente dos próprios pais e demais parentes; não posso deixar de pensar porém que tais contactos, à partida vantajosos por abrirem horizontes, não devem deixar de ser acompanhados, olho aberto, pelos pais, dado que na verdade os seus filhos, na escola pública, vão ter realmente contacto com toda a espécie de pessoas e de formações, o que poderá (se as leis da natureza ainda vigoram) conduzir ao mesmo do que a bem lembrada maçã podre entre as sãs. Deverão pois os pais atentos conversar amiúde com os seus filhos sobre os acontecimentos escolares, não entregando de olhos fechados o rebento às circunvalações do esquema.
Assim a escola pública parece contribuir favoravelmente para a socialização dos alunos que a frequentam, e para não muito mais, embora por vezes nem mesmo para isso contribua. Muitos alunos saem do percurso escolar, além de robotizados, humilhados, bullyizados e ofendidos por colegas, por professores, por funcionários…e quero crer com não muita vontade de investir, futuramente, em relações sociais.
A questão seguinte é se será a Escola pública o único local onde uma criança pode adquirir, ao menos, e na maior parte dos casos, uma boa socialização. Não deve ser decerto, pois se assim fosse nenhum dos meus quatro avós, por exemplo, mas acompanhados por muitos milhares ou milhões de seres humanos, jamais se teriam socializado, dado que nenhum deles conheceu nenhuma escola por dentro, nem pública nem particular. E no entanto, a acreditar em quem neles me falou, eram pessoas extremamente válidas e actuantes nos seus círculos sociais, dotados da suficiente auto-estima por um lado e praticando diligentemente a ajuda aos seus semelhantes por outro, em tudo modelos de cidadania e ombridade.
Não andaram na escola pública, e efectivamente nela não foi que aprenderam a ler nem a escrever nem a contar, ferramentas para a vida que ainda hoje se crêem essenciais, mas que nem sempre se aprendem convenientemente nas escolas oficiais – nem essas, nem outras.
Depois de todos estes considerandos, constato lamentavelmente que neste momento já não tenho filhos para matricular.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Árvores...
A árvore mais antiga de Portugal é uma oliveira de Tavira!
Para a abraçar são necessários cinco homens e tem mais de dois mil anos: a oliveira do aldeamento turístico de Pedras D'El Rei, no Algarve, é a árvore mais velha de Portugal Continental e uma das 409 classificadas de Interesse Público.
A classificação, restrita a espécies do Continente, é feita pela Autoridade Florestal Nacional (AFN) com base na longevidade, no porte, no desenho e na raridade das árvores, mas também em motivos históricos e culturais.
Segundo dados da AFN, que tem no seu portal a lista de "Árvores de Interesse Público", o sobreiro é a espécie mais classificada, com 42 exemplares.
Um deles é o de Águas de Moura, Palmela, considerado o mais produtivo do mundo: dá cortiça suficiente para o fabrico de cem mil rolhas, 25 vezes mais a quantidade normal fornecida por um sobreiro.
Portugal, aliás, em matéria de recordes, orgulha-se de ter a azinheira com maior projecção de copa da Europa, em Lugar das Matas, Santarém, e o carvalho mais antigo da Península Ibérica: carvalho-roble ou carvalho-alvarinho de Calvos, Braga, que tem 500 anos.
Tem ainda o eucalipto mais alto da Europa, com 72 metros, na Mata Nacional de Vale de Canas, Coimbra, que está a ser recuperada depois de, há quatro anos, ter sido fustigada por um incêndio.
Uma das árvores mais altas de Portugal, a araucária de Vila Praia de Âncora, Viana do Castelo, é, graças aos seus 47 metros, um ponto de referência para os barcos de pesca que andam no mar.
De acordo com informação prestada à agência Lusa pela Autoridade Florestal Nacional, a árvore mais velha é a oliveira do aldeamento turístico de Pedras D'El Rei, em Tavira, que é contemporânea da civilização romana: para abraçar o seu tronco são necessários cinco homens.
Com a invejável idade de 800 anos, o castanheiro da Quinta com o mesmo nome, em Caminho de Frades, Sintra, é um dos mais idosos de Portugal.
Ver notícia completa no DN
Lembro-me...
...de ter andado na faculdade de Agronomia e Silvicultura da Universidade de Luanda, isto nos tempos em que era meu objectivo conciliar a paixão pelas árvores com o amor ao ensino e ao ensinar. Como seria bom, pois, ensinar os jovens a popular as terras áridas com as boas e frondosas árvores que tudo nos dão, desde frutos a sombra, desde calor às fortíssimas traves - sustentáculo dos telhados e das paredes das casas, desde oxigénio a beleza para os olhos e abrigo para os passarinhos. E nem se falava ainda em aquecimento global, nem nos excessos de dióxido de carbono ou metano na atmosfera. Que tempos de inocência aqueles!
Nesses tempos, iniciei o curso com várias disciplinas interessantes, entre elas uma tal Botânica Agricola, em que se leccionavam temas de fisiologia vegetal. Agarrei-me ao assunto com entusiasmo, e lá fiz os testes escritos correspondentes, tendo obtido a média de dezasseis, que por acaso foi a mais elevada da turma. Já me via como engenheira silvicultora, conduzindo de botas de cano alto um batalhão de trabalhadores num campo desértico, com o verde futuro na imaginação. Entretanto, tinha de ir, antes de tudo isso, defender o meu precioso dezasseis...
Lembro-me de estar sentada sozinha, em frente do professor, muito nervosa, transpirando nas palmas das mãos (algo que jameis me tinha sucedido nem voltou a suceder) enquanto os meus colegas, sentados mais atrás, se preparavam angustiados para eles também e a seguir, defenderem as classificações obtidas. Cheio de bonomia, o professor (o Engº T.M.) foi-me fazendo perguntas...às quais respondi o melhor que pude e soube, esfregando as mãos nas calças de ganga. Mas o facto é que a pouco e pouco fui acalmando, eu conhecia aqueles temas, eram-me familiares e até agradáveis. Creio que cheguei mesmo a ser eloquente! E a certa altura o Engº T.M. disse-me: a senhora já confirmou sem dúvida o seu dezasseis, mas agora tenho aqui, para si, algumas perguntas mais difíceis...deseja continuar? Cobardemente, e contra a vontade do meu bom professor, que outra coisa não desejava senão subir-me a nota (talvez lhe parecesse que eu sabia a matéria a um nível um pouco acima do dezasseis...mas nada me daria de mão beijada...) recusei-me a continuar, alegando que o dezasseis estava muito bem e apropriado aos meus conhecimentos. E pus-me ao fresco, tratando de ir beber uma pepsi-cola no bar da universidade.
Fiquei com dezasseis em Botânica Agrícola, e passe a cobardia demonstrada, não fiquei nada mal. Guardei a amizade ao velho professor T.M., de quem as voltas da vida infelizmente me separaram por completo. Talvez possa ser, hoje, um professor jubilado do ISA, mas o mais provável é que ensine neste momento a sua especialidade aos anjinhos - se no céu se aprendem coisas sobre a vida das plantas verdes.
Belos tempos. Tempos de exigência e rigor, que porém não excluíam bondade, nem compreensão, nem entreajuda. Onde estais?
Não cheguei a ser engenheira silvicultora. Continuo a amar as árvores, é certo, mas de longe, com um amor inoperante, ignorante e pacóvio - nada mais. Quiseram os fados que me tornasse professora, mas não de silvicultura; afinal de contas, das matérias que estão na base das árvores e dos homens: electrões, protões, fenómenos físicos e reacções químicas, que descrevem e justificam tanto o modo como funciona o cérebro humano como as correntes no xilema das sequóias. Tudo bem; o mal não está no assunto. O mal está no ensino.
No ensino de hoje, para que fique bem claro.
Porque no ensino de então, mesmo um aluno que em testes ou frequências obtivesse a média de dezasseis (ou qualquer outra superior a dez) não poderia considerar a cadeira feita, tendo de ir mostrar ao professor, oralmente e em público, aquilo que efectivamente sabia ou não sabia!
Na altura, além do mais, decerto se pensava também que ser capaz de explicar verbal e claramente um assunto constituía competência a adquirir paralelamente às científicas...
Tudo isto mudou. Hoje, as disciplinas "fazem-se" com média de nove e meio em frequências ou testes, e ninguém é obrigado a explicar oralmente a ninguém aquilo que sabe.
Não será necessário ir procurar muito mais longe as razões do descalabro dos dias de hoje, em que muitos alunos (e professores, hélas...) não só não dominam o assunto científico como falam e escrevem como condutores de carroça, aparentemente incapazes de alinhavar duas frases com sentido, que já nem digo com elegância.
Nesses tempos, iniciei o curso com várias disciplinas interessantes, entre elas uma tal Botânica Agricola, em que se leccionavam temas de fisiologia vegetal. Agarrei-me ao assunto com entusiasmo, e lá fiz os testes escritos correspondentes, tendo obtido a média de dezasseis, que por acaso foi a mais elevada da turma. Já me via como engenheira silvicultora, conduzindo de botas de cano alto um batalhão de trabalhadores num campo desértico, com o verde futuro na imaginação. Entretanto, tinha de ir, antes de tudo isso, defender o meu precioso dezasseis...
Lembro-me de estar sentada sozinha, em frente do professor, muito nervosa, transpirando nas palmas das mãos (algo que jameis me tinha sucedido nem voltou a suceder) enquanto os meus colegas, sentados mais atrás, se preparavam angustiados para eles também e a seguir, defenderem as classificações obtidas. Cheio de bonomia, o professor (o Engº T.M.) foi-me fazendo perguntas...às quais respondi o melhor que pude e soube, esfregando as mãos nas calças de ganga. Mas o facto é que a pouco e pouco fui acalmando, eu conhecia aqueles temas, eram-me familiares e até agradáveis. Creio que cheguei mesmo a ser eloquente! E a certa altura o Engº T.M. disse-me: a senhora já confirmou sem dúvida o seu dezasseis, mas agora tenho aqui, para si, algumas perguntas mais difíceis...deseja continuar? Cobardemente, e contra a vontade do meu bom professor, que outra coisa não desejava senão subir-me a nota (talvez lhe parecesse que eu sabia a matéria a um nível um pouco acima do dezasseis...mas nada me daria de mão beijada...) recusei-me a continuar, alegando que o dezasseis estava muito bem e apropriado aos meus conhecimentos. E pus-me ao fresco, tratando de ir beber uma pepsi-cola no bar da universidade.
Fiquei com dezasseis em Botânica Agrícola, e passe a cobardia demonstrada, não fiquei nada mal. Guardei a amizade ao velho professor T.M., de quem as voltas da vida infelizmente me separaram por completo. Talvez possa ser, hoje, um professor jubilado do ISA, mas o mais provável é que ensine neste momento a sua especialidade aos anjinhos - se no céu se aprendem coisas sobre a vida das plantas verdes.
Belos tempos. Tempos de exigência e rigor, que porém não excluíam bondade, nem compreensão, nem entreajuda. Onde estais?
Não cheguei a ser engenheira silvicultora. Continuo a amar as árvores, é certo, mas de longe, com um amor inoperante, ignorante e pacóvio - nada mais. Quiseram os fados que me tornasse professora, mas não de silvicultura; afinal de contas, das matérias que estão na base das árvores e dos homens: electrões, protões, fenómenos físicos e reacções químicas, que descrevem e justificam tanto o modo como funciona o cérebro humano como as correntes no xilema das sequóias. Tudo bem; o mal não está no assunto. O mal está no ensino.
No ensino de hoje, para que fique bem claro.
Porque no ensino de então, mesmo um aluno que em testes ou frequências obtivesse a média de dezasseis (ou qualquer outra superior a dez) não poderia considerar a cadeira feita, tendo de ir mostrar ao professor, oralmente e em público, aquilo que efectivamente sabia ou não sabia!
Na altura, além do mais, decerto se pensava também que ser capaz de explicar verbal e claramente um assunto constituía competência a adquirir paralelamente às científicas...
Tudo isto mudou. Hoje, as disciplinas "fazem-se" com média de nove e meio em frequências ou testes, e ninguém é obrigado a explicar oralmente a ninguém aquilo que sabe.
Não será necessário ir procurar muito mais longe as razões do descalabro dos dias de hoje, em que muitos alunos (e professores, hélas...) não só não dominam o assunto científico como falam e escrevem como condutores de carroça, aparentemente incapazes de alinhavar duas frases com sentido, que já nem digo com elegância.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Ensino doméstico
No final do meu segundo ano de liceu, agora chamado sexto ano, tive de prestar provas de exame no então Liceu Nacional de Ponta Delgada que funcionava onde ainda hoje funciona, embora com outro nome, e tinha o tamanho esmagador que ainda hoje tem, demais a mais aos olhos de uma pobre menina que nunca lá tinha posto os pés nem talvez visto edifício tão enorme, pois vinha não só da ilha de Santa Maria como do ensino doméstico. Ainda por cima para ir fazer um exame, coisa que ainda hoje é considerado por muitos como o verdadeiro papão das fábulas!
A parte científica não me afligia muito, estava bem preparada, estudara todos os aspectos possíveis e fizera todos os pontos (testes) da colecção Ouro, e mais os da colecção Editora e não sei que outros. O meu pai viajara comigo; estávamos ambos alojados em casa de amigos na Rua dos Capas, e Ponta Delgada, a cidade onde nasci e vivera até aos seis anos de idade, parecia-me, agora que tinha doze, o lugar mais bonito e interessante do mundo, muito especialmente a rua de Valverde, onde uma linda bicicleta de senhora (de marca BSA) exposta numa grande montra, se tornou desde que a vi objecto dos meus desejos mais secretos e impossíveis de realizar. Era muito cara, e não me atreveria jamais a expressar sequer vontade tão desproporcionada às finanças dos meus pais. Mas sonhar de noite e de dia com a dita, isso era perfeitamente possível…e a ninguém prejudicava.
Chegou o dia ou dias do exame – se bem me lembro, as provas eram repartidas por vários dias – e lá as fui fazendo, felizmente com o sucesso previsto. Até que chegou o momento da prova de Matemática…
Na sala, vários professores vigilantes; à semelhança dos outros dias, as provas sairam de um envelope castanho, foi-me entregue um exemplar, comecei a trabalhar. A vida era bela! Não era muito difícil, ou pelo menos não a considerei como tal. Afanosamente, tudo resolvi nas folhas de rascunho ( nas provas anteriores não fizera rascunhos) fiz uma revisão ao que escrevera, e comecei a passar a limpo na folha de prova, com a minha melhor letra, a resolução dos exercícios disposta esteticamente na folha! Às tantas uma campainha tocou, notei algum burburinho por parte de professores e examinandos, e pude constatar que os primeiros tinham começado a recolher as provas. Uma leve angústia me aporrinhou então a garganta: ainda não tinha passado tudo a limpo! Bem, não fazia mal, explicaria ao senhor professor que ainda não tinha acabado e pronto.
Assim fora eu tratada até então, devo dizer em abono da verdade. Desde que tivéssemos razão, ou assim o supuséssemos, bastava explicar as coisas e tudo se resolvia. Se não tivéssemos razão, também nos seria explicado o porquê e ponto final.
Continuei a cópia do rascunho para a folha de prova, até que uma figura enorme se postou na minha frente e me disse, no tom de voz mais áspero que se pode imaginar: Dá cá isso, menina, estendendo a mão para a folha. Como acto reflexo, agarrei-a, e disse com os meus mais bem educados modos: Senhor Professor, ainda não acabei de passar a limpo (assunto resolvido, agora o senhor professor esperaria mais cinco minutos). Mas não. O senhor professor respondeu-me acentuando se possível o tom agreste, agarrando por sua vez a folha e tentando levá-la consigo: sabes muito bem que têm de entregar a prova quando toca (não sabia assim tão bem, não) e a menina que eu era, largando a folha, e agora já com a voz a tremer, continuou (Ah David! Que terás sentido perante Golias?) senhor professor, ainda não acabei de passar, mas eu fiz tudo, eu sei fazer tudo…(e ia pensando: este homem não me há-de ver chorar…não posso chorar na frente dele…) não pode esperar um bocadinho? Então leve o rascunho, está aqui tudo feito, eu fiz tudo…leve o meu rascunho…está aqui…e estendia-lhe as folhas, para que as juntasse à outra que entretanto levantara. Indiferente à minha angústia, bem grande nesse momento, o senhor professor só dizia: olha para esta! Olha para esta! Sabes muito bem que não podes entregar as folhas de rascunho (não sabia, não senhor, como ainda hoje, quase cinquenta anos volvidos, eu própria professora já em pré reforma no alto dos meus 38 anos de serviço, embora já saiba que não se podem entregar as folhas de rascunho, ainda não sei por que é que não se podem entregar as ditas, pelo menos num aperto) e lá se foi com a minha prova incompleta, debaixo da risota dos outros meninos, que possivelmente também nunca tinham visto entregar as folhas de rascunho e acharam cómico que alguém procurasse fazê-lo, ou tão somente consideraram oportuno mostrar o seu apoio ao senhor professor.
Saí atrás dos outros, vermelha de vergonha e desgosto, com as lágrimas prestes a jorrar. Cá fora à espera dos examinandos, estavam muitas pessoas, mas só vi o meu pai, como este também só me deve ter visto a mim. E foi então que elas saltaram em catadupa: Paizinho! Paizinho! Aconteceu uma coisa horrível…vou ter uma nota muito baixa em Matemática…
Meu pai passou-me o braço pelas costas e saímos dali. No jardim do Padre Sena Freitas sentámo-nos ambos, ele viu os meus rascunhos e lá me tentou consolar, mais ou menos nestes termos: de facto é proibido entregar os rascunhos…de facto, os professores vigilantes deveriam tê-lo deixado bem claro, no começo da prova…os outros alunos, os do ensino regular, já deveriam sabê-lo, mas tu não, pois vens do ensino doméstico…Terei sentido uma dúvida no tom de voz de meu pai? Estaria preocupado porque eu andava no ensino doméstico, talvez devesse frequentar a escola oficial, talvez fosse melhor para mim? ainda entre baba e ranho, fui dizendo: mas olhe paizinho, que lá porque são do ensino regular, não sabem mais do que eu, estavam todos a olhar para mim porque eu estava a resolver o problema dos dois triângulos e eles não. Na verdade não era o ensino doméstico que tinha culpa daquilo…Na verdade tinha sido apenas um encontro com um mau educador, seguidor à letra da letra de uma lei sem muito ponderar no seu espírito, digno membro efectivo de um sistema com o qual era, afinal, muito parecido. Ao menos, poderia ter sido simpático, ao menos poderia ter-me explicado…
Mais tarde, encontraria muitos assim, e outros ainda piores.
Levantámo-nos do banco do jardim e eu assoei o nariz. Meu pai endireitou o chapéu, e disse-me, como quem encerra um assunto: deixa lá, filha. Afinal, tu sabias resolver os problemas, não é verdade? Era, era. E é isso que importa, não é verdade? Bem…é…ao fim e ao cabo…e se nós fôssemos agora à rua de Valverde, e entrássemos naquela loja que bem sabes?…
À voz de meu pai, todas as nuvens se desviaram da face do sol. Fomos os dois à rua de Valverde, e no regresso a BSA novinha em folha, verde e linda, vinha ao meu lado…para ser, durante muitos anos, a minha companheira constante. Quantas privações a sua compra terá representado para os meus pais, nunca o soube ao certo, mas posso imaginar.
Vivam meu pai, a matemática e as BSAs de senhora, verdes e lindas. E viva o ensino doméstico! Afinal, foi ele que fez de mim, além de outras coisas, uma das poucas professoras de entre as que conheço que não franze o nariz aos rascunhos dos alunos…embora tendo sempre o cuidado de os prevenir muito claramente: Meninos! olhem que no exame, não será assim…
À distância de quase cinquenta anos destes sucessos, não posso deixar de agradecer a meu Pai - a meus Pais - não só a importante oferta de uma linda bicicleta, como outra decerto ainda maior: a certeza de que em caso de conflito entre ser e parecer, é melhor ser, ainda que não pareça, do que contentar-se com parecer, mesmo não sendo...
quarta-feira, 31 de março de 2010
Lá...quase como cá
Suicide in South Hadley
Nine teenagers have been charged with bullying Phoebe Prince. What about the adults who knew it was going on?
By Emily BazelonPosted Tuesday, March 30, 2010, at 6:48 PM ET
Phoebe Nora Mary Prince, 15, committed suicide on Jan. 14. The criminal charges filed against nine students. Monday, in connection with the bullying of the 15-year-old high school student Phoebe Prince, who killed herself in January, took the town of South Hadley, Mass., by surprise. Six teenagers were charged with felonies and saw their names and photos on the evening news. Three more were charged as juveniles. That's a price for bullying that kids almost never pay. These charges will reverberate in this small town for a long time to come. For many people who live here, the charges challenge a fundamental conception of South Hadley as a nice, ordinary, middle-class small town. As such, some residents were willing to work with school administrators to prevent further bullying in the future but were also ready to move on without assigning blame for Phoebe's death. To others, who have criticized the high school's handling of the case, the tough prosecutorial stance toward these bullies is unexpected vindication. They think the town isn't ready to just move on. Now it won't.
...
http://www.slate.com/id/2249307/?GT1=38001 (para quem quiser ler o resto da notícia)
E digo "quase" como cá, porque ao menos lá quem o faz é punido...e severamente...
E cá? será?
segunda-feira, 29 de março de 2010
Dorme dorme
Dorme dorme linda filha
dorme que eu fico de vela
em meus braços reclinada
a dormir serás mais bela
A dormir serás mais bela
irmãzinha das estrelas
dorme que no céu formoso
vogam lindas caravelas
Vogam lindas caravelas
são crianças passageiros
dorme filha que os anjinhos
nelas vão por marinheiros
Nelas vão por marinheiros
irás tu também vogar
dorme filha dorme e sonha
no teu sono hei-de eu velar
Canção de embalar escrita e muitas vezes cantada por António à sua menina.
Neste momento, para o Max...
A escola que deixa morrer
Leandro Pires tinha 12 anos. Frequentava a Escola Básica 2/3 Luciano Cordeiro, de Mirandela. Atirou-se ao rio Tua, para um último ajuste de contas consigo. Nunca mais quis enfrentar os sistemáticos ajustes de contas que colegas mais velhos lhe faziam E que ninguém notava.
Foi vítima de repetidos maus-tratos. Num lugar onde devia estar seguro, onde não devia sofrer, a sua escola. Em Dezembro de 2008 já tinha sido hospitalizado, na sequência de agressões feitas por colegas naquele lugar. Da participação que os pais fizeram então nada resultou.
Oito dias depois do desaparecimento de Leandro, o Ministério da Educação continua sem saber o que se passou. Seria estranho que soubesse. O Ministério da Educação só se preocupa com o que manda fazer nas escolas. Não com o que lá se faz. E, em muitas, faz-se o mal e a caramunha. Até se ajuda por distracção, como agora, a submergir nas águas geladas de um rio.
O Ministério da Educação tem culpas no cartório. Não esta equipa ministerial, em particular, que lá está há pouco tempo. Mas todas as que o têm dirigido nos últimos vinte anos. O que sobrou em renovação de instalações e dotação de equipamentos, faltou em recursos humanos, auxiliares de educação e restante pessoal, devidamente formado, que garantisse a segurança e a tranquilidade de um estabelecimento de ensino.
As escolas básicas, sobretudo de 2º e 3º ciclo, têm no seu interior o que lhes deixam ter. E o que cá fora se ignora ou silencia.
A aula ainda é o espaço menos problemático. Mas, mesmo aí, são continuados os episódios de barulheira pegada, de agitação, de bagunça, de palhaçada, de regabofe. Não em todas, mas muitas que impedem que se faça o que deveria ser normal, ensinar e aprender.
O recreio é o lugar onde tudo acontece. Mas ninguém sabe de nada. Os auxiliares de educação não vêem, nem querem ver. A maioria é constituída por mulheres. Pouco preparadas, como é natural, para lidarem com a brutalidade verbal ou física.
As direcções das escolas desvalorizam o sururu. Se não se falar em violência não existe. Os professores fora da redoma da sala de aula não querem saber de desgraças. E estas subsistem. Em muitos instantes.
O Ministério da Educação e a escola não estão sozinhos. Há mais responsáveis. No fenómeno que hoje tem nome badalado - bullying - há carrascos e vítimas. E os pais de uns e de outras.
Pais dos primeiros que os não educaram, que não se deixam respeitar, que não se importam que os filhos não respeitem ninguém, que desvalorizam ou admiram os exercícios de virilidade dos seus rebentos, ou que mesmo os instigam à selvajaria. Já o disse noutro lugar. Não só pais do rendimento social de inserção. Também os há do rendimento real de ostentação. E do remediado rendimento de sustentação.
Pais das vítimas que não se apercebem dos silêncios, que não sentem os sinais de alerta, que não comunicam com os filhos porque o futebol ou a telenovela são mais importantes, que ignoram o que o herdeiro andou a fazer ou a sofrer durante o dia, ou que se intimidam com a eventualidade de ter de pedir à escola responsabilidades sobre o que acontece ao filho a quem confiaram a sua guarda.
Responsabilidades divididas equitativamente? Nem pensar. A direcção de uma escola tem o dever imperativo de saber o que se passa no seu interior. E proporcionar as condições de segurança e o ambiente de tranquilidade para a sua insubstituível missão educativa. E muitas não o fazem.
No dia em que as comissões de protecção de menores acordarem do seu torpor e meterem o nariz dentro da escola, ou que as direcções das escolas forem criminalmente responsabilizadas pelo que acontece nos seus espaços, talvez se possa prevenir a ignomínia do sofrimento de muitas crianças e a dramática morte abreviada de uma, literalmente, só.
Alberto Quaresma
Foi vítima de repetidos maus-tratos. Num lugar onde devia estar seguro, onde não devia sofrer, a sua escola. Em Dezembro de 2008 já tinha sido hospitalizado, na sequência de agressões feitas por colegas naquele lugar. Da participação que os pais fizeram então nada resultou.
Oito dias depois do desaparecimento de Leandro, o Ministério da Educação continua sem saber o que se passou. Seria estranho que soubesse. O Ministério da Educação só se preocupa com o que manda fazer nas escolas. Não com o que lá se faz. E, em muitas, faz-se o mal e a caramunha. Até se ajuda por distracção, como agora, a submergir nas águas geladas de um rio.
O Ministério da Educação tem culpas no cartório. Não esta equipa ministerial, em particular, que lá está há pouco tempo. Mas todas as que o têm dirigido nos últimos vinte anos. O que sobrou em renovação de instalações e dotação de equipamentos, faltou em recursos humanos, auxiliares de educação e restante pessoal, devidamente formado, que garantisse a segurança e a tranquilidade de um estabelecimento de ensino.
As escolas básicas, sobretudo de 2º e 3º ciclo, têm no seu interior o que lhes deixam ter. E o que cá fora se ignora ou silencia.
A aula ainda é o espaço menos problemático. Mas, mesmo aí, são continuados os episódios de barulheira pegada, de agitação, de bagunça, de palhaçada, de regabofe. Não em todas, mas muitas que impedem que se faça o que deveria ser normal, ensinar e aprender.
O recreio é o lugar onde tudo acontece. Mas ninguém sabe de nada. Os auxiliares de educação não vêem, nem querem ver. A maioria é constituída por mulheres. Pouco preparadas, como é natural, para lidarem com a brutalidade verbal ou física.
As direcções das escolas desvalorizam o sururu. Se não se falar em violência não existe. Os professores fora da redoma da sala de aula não querem saber de desgraças. E estas subsistem. Em muitos instantes.
O Ministério da Educação e a escola não estão sozinhos. Há mais responsáveis. No fenómeno que hoje tem nome badalado - bullying - há carrascos e vítimas. E os pais de uns e de outras.
Pais dos primeiros que os não educaram, que não se deixam respeitar, que não se importam que os filhos não respeitem ninguém, que desvalorizam ou admiram os exercícios de virilidade dos seus rebentos, ou que mesmo os instigam à selvajaria. Já o disse noutro lugar. Não só pais do rendimento social de inserção. Também os há do rendimento real de ostentação. E do remediado rendimento de sustentação.
Pais das vítimas que não se apercebem dos silêncios, que não sentem os sinais de alerta, que não comunicam com os filhos porque o futebol ou a telenovela são mais importantes, que ignoram o que o herdeiro andou a fazer ou a sofrer durante o dia, ou que se intimidam com a eventualidade de ter de pedir à escola responsabilidades sobre o que acontece ao filho a quem confiaram a sua guarda.
Responsabilidades divididas equitativamente? Nem pensar. A direcção de uma escola tem o dever imperativo de saber o que se passa no seu interior. E proporcionar as condições de segurança e o ambiente de tranquilidade para a sua insubstituível missão educativa. E muitas não o fazem.
No dia em que as comissões de protecção de menores acordarem do seu torpor e meterem o nariz dentro da escola, ou que as direcções das escolas forem criminalmente responsabilizadas pelo que acontece nos seus espaços, talvez se possa prevenir a ignomínia do sofrimento de muitas crianças e a dramática morte abreviada de uma, literalmente, só.
Alberto Quaresma
domingo, 28 de março de 2010
Domingo de Ramos
O domingo de Ramos ensina-nos que seguir a Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades, das facilidades, para nos colocar diante Daquele que veio ao mundo para salvar este mundo.
António Maria Claret
...De que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se finalmente perde a sua alma?, (Autobiografia, 68).
"Amei a justiça, aborreci a iniquidade, por isso morro no desterro".
"¿Qué sería de la religión católica si tuviéramos que juzgarla por el
proceder de la mayor parte, por no decir de todos sus ministros? La degradación
moral del Clero va tocando a su cenit. Aumenta de un año a otro, de un día a otro y
de una hora a otra. Mirad, si no, a esos ministros de la Religión, y los veréis
engolfados en los goces mundanos, metidos en las intrigas políticas y hechos unos
egoístas y traficantes, se olvidan completamente de las palabras de su divino maestro."
"Amei a justiça, aborreci a iniquidade, por isso morro no desterro".
"¿Qué sería de la religión católica si tuviéramos que juzgarla por el
proceder de la mayor parte, por no decir de todos sus ministros? La degradación
moral del Clero va tocando a su cenit. Aumenta de un año a otro, de un día a otro y
de una hora a otra. Mirad, si no, a esos ministros de la Religión, y los veréis
engolfados en los goces mundanos, metidos en las intrigas políticas y hechos unos
egoístas y traficantes, se olvidan completamente de las palabras de su divino maestro."
sábado, 27 de março de 2010
O herói
Canonizado Nuno Álvares Pereira em 26 de Abril de 2009.
Terá passado bastante despercebido o facto. Portugal já não liga aos (seus) heróis .
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.
Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.
'Sperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!
A Conferência Episcopal Portuguesa, em nota pastoral sobre a canonização de Nuno de Santa Maria, declarou: "(…) o testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários e de iniciativas de partilha de bens. Será também apelo a uma cidadania exemplarmente vivida e um forte convite à dignificação da vida política como expressão de melhor humanismo ao serviço do bem comum.
Os Bispos de Portugal propõem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem de todos, disponível para lutar pelos superiores interesses da Pátria, solícita por servir os mais desprotegidos e pobres. Assim seremos parte activa na construção de uma sociedade mais justa e fraterna que todos desejamos."
sexta-feira, 26 de março de 2010
Adeus, pequeno Leandro
A autópsia ao corpo do pequeno Leandro, resgatado esta manhã das margens do rio Tua, o mesmo rio onde despareceu no dia 2 de Março, já foi realizada. O funeral da criança realiza-se amanhã, sexta-feira pelas 10h00.
A autópsia ao cadáver do pequeno Leandro foi realizada esta manhã na Medicina Legal do Hospital de Mirandela mas ainda não são conhecidos os resultados da mesma.
O corpo do pequeno Leandro, a criança de 12 anos que frequentava a escola Luciano Cordeiro, em Mirandela, onde seria vítima constante de bullying, foi encontrado esta manhã, pelas 08h00, por um habitante de Freixas, Manuel Geraldo, na zona do Cachão, no rio Tua, precisamente a 12 quilómetros do local onde o menino se terá atirado.
'O corpo estava numa charca a cerca de dois, três metros das margens do rio. Apercebi-me que era um cadáver por causa do odor', contou Manuel Geraldes ao CM. O homem disse ainda que deduziu 'tratar-se do corpo do menino desaparecido' e contactou as autoridades.
No local estiveram elementos da GNR, o Ministério Público e o delegado de Saúde. O corpo foi então transportado para a morgue do hospital de Mirandela, onde os familiares reconheceram o menino. Os pais do pequeno Leandro e demais familiares foram acompanhados por uma equipa de psicólogos.
Apesar das intensas buscas no local o cadáver não tinha sido encontrado uma vez que, de acordo com as autoridades, o corpo poderia estar submerso.
Leandro de 12 anos desapareceu no rio Tua no dia 2 de Março junto ao Parque das Merendas, a alguma distância da escola. Até ao momento não foi explicado como é que a criança saiu do recinto escolar nem se o menino se terá efectivamente suicidado ou se esta morte trágica é o resultado de uma brincadeira que terminou mal.
O último adeus ao menino cujo caso emocionou o País acontecerá amanhã, sexta-feira, pelas 10h00.
Os homens farão justiça - ou deveremos esperar só a de Deus?
Eu sou Diógenes, o cão...(IV)
Carta que enviarei hoje ao...
Exmo. Senhor Director do Centro de Saúde do Nordeste:
Peço a melhor atenção de Vª Exa. para o que passo a expor.
Na passada quarta feira, dia 24 do corrente, por volta das doze horas e trinta minutos, acompanhei uma colega (tal como eu própria professora na Escola Secundária do Nordeste) aos serviços de atendimento permanente do vosso Centro de Saúde, em virtude de a mesma se encontrar a queixar-se vivamente de dores num joelho e perna, por ter escorregado e caído ao entrar na Escola. Fez a dita senhora a respectiva inscrição nos serviços administrativos, tendo seguidamente eu tocado à campainha (na porta correspondente ao atendimento permanente) e exposto o caso à senhora funcionária que nos atendeu, senhora que não conheço pessoalmente mas que pelo trajo – bata azul clara – supus e suponho tratar-se de uma auxiliar. Disse-nos essa senhora que o senhor enfermeiro de serviço se encontrava a almoçar, que também não se encontrava nenhum médico e pediu-nos que esperássemos um bocadinho.
Assim fizémos. Mas quando o “bocadinho” me pareceu excessivamente extenso, voltei a tocar à campainha, e ao ser de novo atendida pela mesma senhora perguntei-lhe se tinha informado o senhor enfermeiro do que se passava, ao que ela me respondeu que não, pois o dito senhor se encontrava a almoçar e ela “não tinha visto sangue” (sic). Como apesar de não ser médica, nem sequer enfermeira, estou ao corrente (como a maioria das pessoas estará) de que se pode estar seriamente afectado sem que o sangue escorra de modo visível, tal resposta afigurou-se-me em extremo desapropriada, tendo proferido acto contínuo a ameaça de pedir o livro de reclamações do Centro, para nele registar o sucedido.
Não foi porém necessário fazê-lo, uma vez que a senhora funcionária terá efectivamente comunicado de imediato - e só então - com o senhor enfermeiro de serviço, que daí a poucos minutos atendeu a minha colega, sendo esta devidamente observada, depois, também por um médico.
Quase que se tornam desnecessários os comentários a estes factos, mas permita-me, Senhor Director, que faça pelo menos os seguintes:
1 - Se se trata de um serviço de atendimento permanente, parece ser de esperar que enquanto o senhor enfermeiro de serviço se encontra a almoçar, outro deverá estar a substituí-lo, ou deverá ser claro para os funcionários auxiliares que deverão comunicar de imediato com o primeiro, na impossibilidade de ocorrer a substituição;
2 – Não poderá, obviamente, ser responsável pela triagem entre situações mais ou menos urgentes um funcionário ou funcionária sem quaisquer habilitações ou formação para o efeito, nem poderá o aspecto (que reputo anedótico) do mesmo ver ou não ver sangue servir, evidentemente, de base a uma decisão dessa natureza;
3 – Deverão os senhores e senhoras funcionários do Centro de Saúde, tal como de outros serviços, receber formação adequada para o atendimento ao público, em que fique claro nas suas mentes, entre outros aspectos, aquilo que deve ou não ser dito a quem lá busca socorro para os seus males;
4 – Qualquer funcionário deve estar, também, completamente esclarecido de que o cumprimento do seu próprio dever não pode estar dependente de os utentes do correspondente serviço pedirem ou não o livro de reclamações, para nele expressarem as suas queixas.
Queira pois Vª Exa., Senhor Director, tomar as devidas providências para que estas situações, que lançam pesado desdouro sobre uns serviços que tão profundamente considero e respeito, não se repitam.
E sem mais de momento, subscrevo-me com a máxima consideração.
Nordeste, 26 de Março de 2010
Exmo. Senhor Director do Centro de Saúde do Nordeste:
Peço a melhor atenção de Vª Exa. para o que passo a expor.
Na passada quarta feira, dia 24 do corrente, por volta das doze horas e trinta minutos, acompanhei uma colega (tal como eu própria professora na Escola Secundária do Nordeste) aos serviços de atendimento permanente do vosso Centro de Saúde, em virtude de a mesma se encontrar a queixar-se vivamente de dores num joelho e perna, por ter escorregado e caído ao entrar na Escola. Fez a dita senhora a respectiva inscrição nos serviços administrativos, tendo seguidamente eu tocado à campainha (na porta correspondente ao atendimento permanente) e exposto o caso à senhora funcionária que nos atendeu, senhora que não conheço pessoalmente mas que pelo trajo – bata azul clara – supus e suponho tratar-se de uma auxiliar. Disse-nos essa senhora que o senhor enfermeiro de serviço se encontrava a almoçar, que também não se encontrava nenhum médico e pediu-nos que esperássemos um bocadinho.
Assim fizémos. Mas quando o “bocadinho” me pareceu excessivamente extenso, voltei a tocar à campainha, e ao ser de novo atendida pela mesma senhora perguntei-lhe se tinha informado o senhor enfermeiro do que se passava, ao que ela me respondeu que não, pois o dito senhor se encontrava a almoçar e ela “não tinha visto sangue” (sic). Como apesar de não ser médica, nem sequer enfermeira, estou ao corrente (como a maioria das pessoas estará) de que se pode estar seriamente afectado sem que o sangue escorra de modo visível, tal resposta afigurou-se-me em extremo desapropriada, tendo proferido acto contínuo a ameaça de pedir o livro de reclamações do Centro, para nele registar o sucedido.
Não foi porém necessário fazê-lo, uma vez que a senhora funcionária terá efectivamente comunicado de imediato - e só então - com o senhor enfermeiro de serviço, que daí a poucos minutos atendeu a minha colega, sendo esta devidamente observada, depois, também por um médico.
Quase que se tornam desnecessários os comentários a estes factos, mas permita-me, Senhor Director, que faça pelo menos os seguintes:
1 - Se se trata de um serviço de atendimento permanente, parece ser de esperar que enquanto o senhor enfermeiro de serviço se encontra a almoçar, outro deverá estar a substituí-lo, ou deverá ser claro para os funcionários auxiliares que deverão comunicar de imediato com o primeiro, na impossibilidade de ocorrer a substituição;
2 – Não poderá, obviamente, ser responsável pela triagem entre situações mais ou menos urgentes um funcionário ou funcionária sem quaisquer habilitações ou formação para o efeito, nem poderá o aspecto (que reputo anedótico) do mesmo ver ou não ver sangue servir, evidentemente, de base a uma decisão dessa natureza;
3 – Deverão os senhores e senhoras funcionários do Centro de Saúde, tal como de outros serviços, receber formação adequada para o atendimento ao público, em que fique claro nas suas mentes, entre outros aspectos, aquilo que deve ou não ser dito a quem lá busca socorro para os seus males;
4 – Qualquer funcionário deve estar, também, completamente esclarecido de que o cumprimento do seu próprio dever não pode estar dependente de os utentes do correspondente serviço pedirem ou não o livro de reclamações, para nele expressarem as suas queixas.
Queira pois Vª Exa., Senhor Director, tomar as devidas providências para que estas situações, que lançam pesado desdouro sobre uns serviços que tão profundamente considero e respeito, não se repitam.
E sem mais de momento, subscrevo-me com a máxima consideração.
Nordeste, 26 de Março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
E quanto aos taludes...
Quem havia de dizer que eu me poria a estudar geotecnia.
(Mil perdões. O texto desformatou todo, vá lá saber-se porquê. Retirei-o. Mas para quem estiver interessado é fácil, basta pesquisar em "estabilização de taludes".)
(Mil perdões. O texto desformatou todo, vá lá saber-se porquê. Retirei-o. Mas para quem estiver interessado é fácil, basta pesquisar em "estabilização de taludes".)
segunda-feira, 22 de março de 2010
E...é tudo???
...Entretanto, para reparar estragos causados pelo mau tempo ocorrido no início do mês, o Governo Regional dos Açores anunciou a adjudicação de duas empreitadas na estrada regional do Nordeste, em S. Miguel, Uma das empreitadas, orçada em 190 mil euros, visa a construção de um aqueduto e a reconstrução de uma plataforma na estrada regional, na zona do Pico da Criação, freguesia dos Fenais da Ajuda.
A obra tem carácter de urgência já que permitirá restabelecer a circulação no troço entre a Ribeira Funda e Fenais da Ajuda, actualmente encerrado ao trânsito automóvel devido ao colapso do viaduto.
A segunda empreitada, no valor de 70 mil euros, visa a execução de sistemas de drenagem em três troços da estrada regional, na freguesia da Achadinha.
A obra destina-se a repor as condições de segurança na circulação rodoviária entre a Achada e a Achadinha, actualmente condicionada pelo estreitamento da via na sequência do mau tempo que atingiu o concelho do Nordeste a 1 de Março.
A obra tem carácter de urgência já que permitirá restabelecer a circulação no troço entre a Ribeira Funda e Fenais da Ajuda, actualmente encerrado ao trânsito automóvel devido ao colapso do viaduto.
A segunda empreitada, no valor de 70 mil euros, visa a execução de sistemas de drenagem em três troços da estrada regional, na freguesia da Achadinha.
A obra destina-se a repor as condições de segurança na circulação rodoviária entre a Achada e a Achadinha, actualmente condicionada pelo estreitamento da via na sequência do mau tempo que atingiu o concelho do Nordeste a 1 de Março.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Benvindo...
Autocarro novo, segurado, licenciado, inspeccionado - e destruído
Reunia todas as condições de segurança o autocarro apanhado por uma derrocada, no início deste mês de Março, no Nordeste, ilha de São Miguel.
O veículo apresentava todas as condições de circulação na via pública, nomeadamente, seguros, licenças e inspecções, reunindo, portanto, todos os requisitos de segurança necessários ao transporte colectivo de passageiros.
O autocarro envolvido no acidente tinha, apenas, três anos. Tratava-se de um veículo novo.
Esta é a conclusão do inquérito aberto pelo Governo açoriano.
No acidente, morreram duas pessoas: o próprio condutor do autocarro e uma menina que seguia para a escola. Outras duas crianças ficaram feridas.
Notícia: Antena 1 /Açores
O autocarro em questão reunia todas as condições de segurança, está visto.
A pedra que lhe bateu é que provavelmente não.
Onde se vê que a estupidez pode atingir níveis inimaginados.
O veículo apresentava todas as condições de circulação na via pública, nomeadamente, seguros, licenças e inspecções, reunindo, portanto, todos os requisitos de segurança necessários ao transporte colectivo de passageiros.
O autocarro envolvido no acidente tinha, apenas, três anos. Tratava-se de um veículo novo.
Esta é a conclusão do inquérito aberto pelo Governo açoriano.
No acidente, morreram duas pessoas: o próprio condutor do autocarro e uma menina que seguia para a escola. Outras duas crianças ficaram feridas.
Notícia: Antena 1 /Açores
O autocarro em questão reunia todas as condições de segurança, está visto.
A pedra que lhe bateu é que provavelmente não.
Onde se vê que a estupidez pode atingir níveis inimaginados.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Afinal...vamos pagar as scuts?
As comissões de utentes contra as portagens nas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) consideraram hoje que o Governo "estará a precipitar-se" ao afirmar que cobrará portagens em 2010.
Em declarações à Lusa, o porta voz desses movimentos, José Luís Ferreira, afirmou que "há alguma precipitação" por parte do Governo, uma vez que ainda "há uma série de elementos que não estão esclarecidos e definidos" para que seja possível arrancar com a cobrança de portagens nas SCUT este ano.
Em entrevista ao Jornal de Notícias, publicada na edição de hoje, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirma que a cobrança de portagens nas SCUT do Grande Porto, Costa de Prata e Norte Litoral arranca este ano.
E nos Açores??? On verra bien...As scuts vão ter de se pagar, de uma forma ou de outra!
Em declarações à Lusa, o porta voz desses movimentos, José Luís Ferreira, afirmou que "há alguma precipitação" por parte do Governo, uma vez que ainda "há uma série de elementos que não estão esclarecidos e definidos" para que seja possível arrancar com a cobrança de portagens nas SCUT este ano.
Em entrevista ao Jornal de Notícias, publicada na edição de hoje, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirma que a cobrança de portagens nas SCUT do Grande Porto, Costa de Prata e Norte Litoral arranca este ano.
E nos Açores??? On verra bien...As scuts vão ter de se pagar, de uma forma ou de outra!
domingo, 14 de março de 2010
Tua (afluente do Douro, margem direita)
Mirandela: Buscas terminaram sem encontrar corpo da criança desaparecida no Tua
Mirandela, 14 mar (Lusa) - A grande operação de busca realizada hoje no rio Tua, em Mirandela, revelou-se infrutífera, tendo sido dada por terminada sem ser possível recuperar o corpo da criança desaparecida há 13 dias.
"Frustração" foi o sentimento manifestado pelo comandante das operações, Melo Gomes, que continua convencido de que o corpo está próximo do local onde o rapaz desapareceu.
"É possível que esteja escondido", disse aos jornalistas, explicando a falta de resultados, apesar do "elevado empenho", com a sinuosidade do rio e os detritos que arrasta.
Mirandela, 14 mar (Lusa) - A grande operação de busca realizada hoje no rio Tua, em Mirandela, revelou-se infrutífera, tendo sido dada por terminada sem ser possível recuperar o corpo da criança desaparecida há 13 dias.
"Frustração" foi o sentimento manifestado pelo comandante das operações, Melo Gomes, que continua convencido de que o corpo está próximo do local onde o rapaz desapareceu.
"É possível que esteja escondido", disse aos jornalistas, explicando a falta de resultados, apesar do "elevado empenho", com a sinuosidade do rio e os detritos que arrasta.
sábado, 13 de março de 2010
Calduços e Cª
Devo começar por dizer que dos dois dicionários que nesta casa tenho nenhum refere o termo "calduços", que pelo sentido, assim e tão somente, deduzo que sejam toutições, isto é palmadas no toutiço, coisa que um professor não pode dar aos alunos mas que, pelos vistos, eles podem dar ao professor, impunemente já se vê.
A palavra deve ser um regionalismo, mas o comportamento abrange mais vasta área.
Recordo-me de que, enquanto aluna do então 1º ano do liceu - hoje 5º ano - tive dois professores, padres ambos, mas no resto apreciavelmente diferentes.
Um deles, o Pe. J. F., leccionava Moral e Religião. Nunca castigava ninguém, embora ralhasse constantemente com a minha turma, inclusivamente interagindo fisicamente com os alunos mais traquinas e barulhentos, que agarrava e tentava tanto sentar nas carteiras como que se reduzissem ao silêncio, sem nenhum sucesso aliás. Certo é que nos idos da década de sessenta nenhum aluno levava muito mais longe do que isto as faltas de respeito a um professor. Quanto a mim, e por não ser por natureza excessivamente irrequieta nem faladora nas aulas, ficava tranquila na minha cadeira, a pensar isso sim, que no fim da aula talvez tivesse de me defender de algum colega que entendese que a minha atitude sossegada era inconveniente, pela moldura desastrosa que faria ao mau comportamento da generalidade dos demais.
Entretanto, dotada naqueles tempos de reflexos rápidos, bons pés e bons dentes, tal perspectiva não me afligia em excesso. Tempos em que não se falava de bullying - embora existisse. Um dos factos da vida era que uma pessoa tinha de se defender de agressões, por mais injustas que fossem; pois se o não fizesse seria tomada como saco de porrada e destinatária de brincadeiras estúpidas, e pronto.
Nunca me ocorreu fazer intervir um adulto em minha defesa em nenhuma das agressões de que também fui alvo, embora teimasse (perante a incompreensão de minha mãe) em ir de botas para a escola, mesmo no tempo quente, e isto por ter rapidamente percebido que com sandálias não se dão bons pontapés.
O Padre J. F., em resumo, era constantemente gozado e desrespeitado por todos, à moda daqueles tempos, que hoje será considerada soft.
O outro professor meu também padre era o Pe. Dr. M., que além de padre era licenciado pela Sorbonne (talvez em sociologia, mas não tenho a certeza) e leccionava Português e também Francês, creio. Todos o respeitavam. Nas suas aulas, ouviam-se as moscas, e mais a sua voz cuidada, a sua dicção perfeita - e por vezes as nossas vozes tímidas, mas isso só quando por ele questionados.
Cá por mim simpatizava com ambos, embora a simpatia pelo pobre sr. Pe. J.F. não deixasse de se apresentar embrulhada num pouco de piedade.
Durante muitos anos dei tratos à bola para perceber por que razão um era tão respeitado e o outro não. Já tenho algumas respostas. Quem me ajuda a encontrar mais?
A palavra deve ser um regionalismo, mas o comportamento abrange mais vasta área.
Recordo-me de que, enquanto aluna do então 1º ano do liceu - hoje 5º ano - tive dois professores, padres ambos, mas no resto apreciavelmente diferentes.
Um deles, o Pe. J. F., leccionava Moral e Religião. Nunca castigava ninguém, embora ralhasse constantemente com a minha turma, inclusivamente interagindo fisicamente com os alunos mais traquinas e barulhentos, que agarrava e tentava tanto sentar nas carteiras como que se reduzissem ao silêncio, sem nenhum sucesso aliás. Certo é que nos idos da década de sessenta nenhum aluno levava muito mais longe do que isto as faltas de respeito a um professor. Quanto a mim, e por não ser por natureza excessivamente irrequieta nem faladora nas aulas, ficava tranquila na minha cadeira, a pensar isso sim, que no fim da aula talvez tivesse de me defender de algum colega que entendese que a minha atitude sossegada era inconveniente, pela moldura desastrosa que faria ao mau comportamento da generalidade dos demais.
Entretanto, dotada naqueles tempos de reflexos rápidos, bons pés e bons dentes, tal perspectiva não me afligia em excesso. Tempos em que não se falava de bullying - embora existisse. Um dos factos da vida era que uma pessoa tinha de se defender de agressões, por mais injustas que fossem; pois se o não fizesse seria tomada como saco de porrada e destinatária de brincadeiras estúpidas, e pronto.
Nunca me ocorreu fazer intervir um adulto em minha defesa em nenhuma das agressões de que também fui alvo, embora teimasse (perante a incompreensão de minha mãe) em ir de botas para a escola, mesmo no tempo quente, e isto por ter rapidamente percebido que com sandálias não se dão bons pontapés.
O Padre J. F., em resumo, era constantemente gozado e desrespeitado por todos, à moda daqueles tempos, que hoje será considerada soft.
O outro professor meu também padre era o Pe. Dr. M., que além de padre era licenciado pela Sorbonne (talvez em sociologia, mas não tenho a certeza) e leccionava Português e também Francês, creio. Todos o respeitavam. Nas suas aulas, ouviam-se as moscas, e mais a sua voz cuidada, a sua dicção perfeita - e por vezes as nossas vozes tímidas, mas isso só quando por ele questionados.
Cá por mim simpatizava com ambos, embora a simpatia pelo pobre sr. Pe. J.F. não deixasse de se apresentar embrulhada num pouco de piedade.
Durante muitos anos dei tratos à bola para perceber por que razão um era tão respeitado e o outro não. Já tenho algumas respostas. Quem me ajuda a encontrar mais?
Sumário: continuação da lição anterior
Jornal i:
Na manhã de 9 de Fevereiro, L. V. C. parou o carro no tabuleiro da Ponte 25 de Abril, no sentido Lisboa-Almada. Saiu do Ford Fiesta e saltou para o rio. Há vários meses que o professor de música da Escola Básica 2+3 de Fitares (Sintra), planearia a sua morte. Em Novembro escreveu uma nota no computador de casa a justificar o motivo: "Se o meu destino é sofrer, dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim, não tendo outras fontes de rendimentos, a única solução apaziguadora será o suicídio".
L. V. C., sociólogo de formação, tinha 51 anos, vivia com os pais em Oeiras, era professor de música contratado e foi colocado este ano lectivo na Escola Básica 2+3 de Fitares, em Sintra. Logo nos primeiros dias terão começado os problemas com um grupo de alunos do 9º ano. A indisciplina na sala de aula foi crescendo todos os dias, chegando ao ponto de não conseguir ser ouvido. Dentro da sala, e ao longo de meses, os alunos chamaram-lhe careca, tiraram-lhe o comando da aparelhagem das mãos, subindo e descendo o volume de som, desligaram a ficha do retroprojector, viraram as imagens projectadas de cabeça para baixo.
Houve vezes em que L. V. C. expulsou os alunos da sala, vezes em que fez participações disciplinares. Foram pelo menos sete as queixas escritas que terá feito à direcção da escola, alertando para o comportamento de um aluno em particular. Colegas e familiares do professor de música asseguram que a direcção não instaurou nenhum processo disciplinar.
O i tentou confirmar esta informação, mas a directora do agrupamento escolar, Cristina Frazão, explicou que só prestaria esclarecimentos mediante autorização da Direcção Regional de Educação de Lisboa. Contactada pelo i, a entidade não respondeu até ao fecho desta edição. A Inspecção-Geral de Educação, também contactada pelo i, remeteu o caso para o Ministério de Educação que, por seu turno, não prestou esclarecimentos.
O i teve acesso a uma das participações feitas pelo professor de música. No dia 15 de Outubro de 2009, L. V. C. dirigiu à direcção da escola uma "participação de ocorrência disciplinar", informando que marcou falta disciplinar a um aluno e propondo que fossem aplicadas "medidas sancionatórias". Invocou vários motivos, entre os quais "afirmações provocatórias", insultos ou resistência do aluno em abandonar a sala.
O professor de música desabafou que não suportava mais dar aulas àquela turma do 9º ano: "Nos últimos meses, já se acanhava perante os seus alunos como se tivesse culpa", explicou ao i um familiar. Atravessar o corredor da escola foi um dos seus pesadelos, é aí que os alunos se concentram quando chove: "Um dia, chamaram-lhe cão." Nos outros dias, deram-lhe "calduços" na nuca à medida que caminhava até à sua sala de aula.
Alguns professores testemunharam a "humilhação" de L. V. C. nos corredores da escola e sabiam que se sentia angustiado por "não ser respeitado pelos alunos". Só não desconfiavam que a angústia se tivesse transformado em desespero. O professor de música não falava com ninguém. Chegava às sete da manhã para preparar a aula. Montava o equipamento de som, carregava os instrumentos musicais da arrecadação até à sala. Deixava tudo pronto e depois entrava no carro: "Ficava ali dentro, de braços cruzados, e só saia para dar a aula." L. V. C. preferia estar no carro em vez de enfrentar uma sala de convívio cheia de colegas: "Era mais frágil do que nós, dava para perceber que não tinha o mesmo estofo."
Sentia os problemas de indisciplina como "autênticos moinhos de vento", conta o psicólogo que o seguiu nos últimos dois anos. L. V. C. tinha acompanhamento psicológico e psiquiátrico e era ainda seguido por uma médica de família: "Todos os técnicos de saúde que o acompanharam aconselharam uma baixa médica porque o seu quadro clínico se agravou", conta o especialista, esclarecendo que o seu paciente "tinha fragilidades psicológicas inerentes a ele próprio". Falhas que se deterioraram. Meses antes da sua morte, pensava com insistência que lhe restava "pouco espaço de manobra".
"Evitava expulsar os alunos porque temia parecer inábil perante a direcção da escola", diz o psicólogo. Fez ainda várias tentativas antes de se sentir encurralado. Mudou os alunos problemáticos de lugar, teve explicações particulares e aprendeu a trabalhar com as novas tecnologias aplicadas à música. Introduziu equipamento multimédia para cativar os adolescentes. Não resultou. Acabaram-se os trunfos. O psicólogo fez uma recomendação à médica de família para passar uma baixa ao seu paciente por "temer o pior". "Tentámos travá-lo, mas ele próprio já não queria parar. Só parou quando se atirou ao Tejo."
Só um comentário (dos muitos) a esta notícia:
O problema não se encontra só nas casas e na educação doméstica, também se encontra nas escolas. Cada vez mais se tem tirado poder aos professores e dado esse poder aos alunos e familiares. O professor não tem autoridade para tomar acção contra o aluno ou até para se proteger, e claro que quando os alunos se apercebem disso tentam esticar a corda até onde podem. Ler que alunos davam calduços a um professor na escola é inconcebivel, em qualquer escola digna desse nome esses alunos efrentavam expulsão da instituição, ou no mínimo uma suspensão pesada. Se querem retirar autoridade aos professores, aos auxiliares educativos, ao menos façam como em Inglaterra, mantenham um policia na escola para lidar com os alunos abusivos. Infelizmente ainda se acredita na inocência infantil, mesmo com miudos a começarem a roubar aos 12/13 anos. Retiram-se os mecanismos de impôr autoridade aos professores e auxiliares. Perdoa-se e desculpa-se tudo aos meninos, e centra-se a educação nos que arranjam problemas e não nos que querem aprender. Ainda nos admiramos com estas situações? Os pais são um dos problemas, mas a constante degradação do ensino é o maior e tem de ser resolvido.
Na manhã de 9 de Fevereiro, L. V. C. parou o carro no tabuleiro da Ponte 25 de Abril, no sentido Lisboa-Almada. Saiu do Ford Fiesta e saltou para o rio. Há vários meses que o professor de música da Escola Básica 2+3 de Fitares (Sintra), planearia a sua morte. Em Novembro escreveu uma nota no computador de casa a justificar o motivo: "Se o meu destino é sofrer, dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim, não tendo outras fontes de rendimentos, a única solução apaziguadora será o suicídio".
L. V. C., sociólogo de formação, tinha 51 anos, vivia com os pais em Oeiras, era professor de música contratado e foi colocado este ano lectivo na Escola Básica 2+3 de Fitares, em Sintra. Logo nos primeiros dias terão começado os problemas com um grupo de alunos do 9º ano. A indisciplina na sala de aula foi crescendo todos os dias, chegando ao ponto de não conseguir ser ouvido. Dentro da sala, e ao longo de meses, os alunos chamaram-lhe careca, tiraram-lhe o comando da aparelhagem das mãos, subindo e descendo o volume de som, desligaram a ficha do retroprojector, viraram as imagens projectadas de cabeça para baixo.
Houve vezes em que L. V. C. expulsou os alunos da sala, vezes em que fez participações disciplinares. Foram pelo menos sete as queixas escritas que terá feito à direcção da escola, alertando para o comportamento de um aluno em particular. Colegas e familiares do professor de música asseguram que a direcção não instaurou nenhum processo disciplinar.
O i tentou confirmar esta informação, mas a directora do agrupamento escolar, Cristina Frazão, explicou que só prestaria esclarecimentos mediante autorização da Direcção Regional de Educação de Lisboa. Contactada pelo i, a entidade não respondeu até ao fecho desta edição. A Inspecção-Geral de Educação, também contactada pelo i, remeteu o caso para o Ministério de Educação que, por seu turno, não prestou esclarecimentos.
O i teve acesso a uma das participações feitas pelo professor de música. No dia 15 de Outubro de 2009, L. V. C. dirigiu à direcção da escola uma "participação de ocorrência disciplinar", informando que marcou falta disciplinar a um aluno e propondo que fossem aplicadas "medidas sancionatórias". Invocou vários motivos, entre os quais "afirmações provocatórias", insultos ou resistência do aluno em abandonar a sala.
O professor de música desabafou que não suportava mais dar aulas àquela turma do 9º ano: "Nos últimos meses, já se acanhava perante os seus alunos como se tivesse culpa", explicou ao i um familiar. Atravessar o corredor da escola foi um dos seus pesadelos, é aí que os alunos se concentram quando chove: "Um dia, chamaram-lhe cão." Nos outros dias, deram-lhe "calduços" na nuca à medida que caminhava até à sua sala de aula.
Alguns professores testemunharam a "humilhação" de L. V. C. nos corredores da escola e sabiam que se sentia angustiado por "não ser respeitado pelos alunos". Só não desconfiavam que a angústia se tivesse transformado em desespero. O professor de música não falava com ninguém. Chegava às sete da manhã para preparar a aula. Montava o equipamento de som, carregava os instrumentos musicais da arrecadação até à sala. Deixava tudo pronto e depois entrava no carro: "Ficava ali dentro, de braços cruzados, e só saia para dar a aula." L. V. C. preferia estar no carro em vez de enfrentar uma sala de convívio cheia de colegas: "Era mais frágil do que nós, dava para perceber que não tinha o mesmo estofo."
Sentia os problemas de indisciplina como "autênticos moinhos de vento", conta o psicólogo que o seguiu nos últimos dois anos. L. V. C. tinha acompanhamento psicológico e psiquiátrico e era ainda seguido por uma médica de família: "Todos os técnicos de saúde que o acompanharam aconselharam uma baixa médica porque o seu quadro clínico se agravou", conta o especialista, esclarecendo que o seu paciente "tinha fragilidades psicológicas inerentes a ele próprio". Falhas que se deterioraram. Meses antes da sua morte, pensava com insistência que lhe restava "pouco espaço de manobra".
"Evitava expulsar os alunos porque temia parecer inábil perante a direcção da escola", diz o psicólogo. Fez ainda várias tentativas antes de se sentir encurralado. Mudou os alunos problemáticos de lugar, teve explicações particulares e aprendeu a trabalhar com as novas tecnologias aplicadas à música. Introduziu equipamento multimédia para cativar os adolescentes. Não resultou. Acabaram-se os trunfos. O psicólogo fez uma recomendação à médica de família para passar uma baixa ao seu paciente por "temer o pior". "Tentámos travá-lo, mas ele próprio já não queria parar. Só parou quando se atirou ao Tejo."
Só um comentário (dos muitos) a esta notícia:
O problema não se encontra só nas casas e na educação doméstica, também se encontra nas escolas. Cada vez mais se tem tirado poder aos professores e dado esse poder aos alunos e familiares. O professor não tem autoridade para tomar acção contra o aluno ou até para se proteger, e claro que quando os alunos se apercebem disso tentam esticar a corda até onde podem. Ler que alunos davam calduços a um professor na escola é inconcebivel, em qualquer escola digna desse nome esses alunos efrentavam expulsão da instituição, ou no mínimo uma suspensão pesada. Se querem retirar autoridade aos professores, aos auxiliares educativos, ao menos façam como em Inglaterra, mantenham um policia na escola para lidar com os alunos abusivos. Infelizmente ainda se acredita na inocência infantil, mesmo com miudos a começarem a roubar aos 12/13 anos. Retiram-se os mecanismos de impôr autoridade aos professores e auxiliares. Perdoa-se e desculpa-se tudo aos meninos, e centra-se a educação nos que arranjam problemas e não nos que querem aprender. Ainda nos admiramos com estas situações? Os pais são um dos problemas, mas a constante degradação do ensino é o maior e tem de ser resolvido.
Afinal ainda existe a JEC...agora chama-se MCE
Moção sobre Educação
Aprovada no 30.º Conselho Nacional do Movimento Católico de Estudantes
Apresentamos esta moção no momento em que a Educação é chamada à reflexão e discussão, um pouco por toda a parte, na nossa sociedade. Seguimos diariamente uma enormidade de discursos, que se propõem a essa mesma reflexão – a uma revisão do sentido que esta deve tomar no seio do desenvolvimento humano nos seus mais diversos níveis, como por exemplo, o intelectual e o sócio-cultural cultural.
Falar de Educação pressupõe, logo à partida, partir de uma perspectiva que não a reduza ao simples exercício escolar, mas antes a reconsidere como uma dimensão da existência humana, em si multifacetada e de uma grande complexidade. Comecemos por aí. Afinal, como vê a sociedade a nossa Educação? Não a verá como a mera exposição de um conjunto de instrumentos e métodos, numa lógica estandardizada, tal como está definida a escola em Portugal? De facto, preocupa-nos saber que a Educação esteja a caminhar para uma condição claustrofóbica. A escola deve ser entendida como um espaço de promoção do desenvolvimento humano, de integração de valor, de afirmação de fé e, em suma, transformação pessoal. Porém, jamais esta deverá ser o resumo da Educação.
1. A missão da Educação
- A Educação deve estar presente em todo o processo de desenvolvimento do indivíduo. Entenda-se pois, o contexto familiar, religioso, sócio-cultural, profissional, entre outros, como espaços promotores de educação e abandone-se, desde já, a ideia demagógica de que a educação é o grosso sinónimo da relação entre professor e aluno.
- Valorizar a Educação obriga-nos a considerar que esta se adianta à simples transmissão de conhecimentos formais; ela é, antes de mais, informalmente formal: deve promover a integração dos valores individuais e ético-sociais no modo de pensar e agir de cada pessoa em desenvolvimento.
2. A família e a educação
- A família, enquanto primeiro agente de socialização vai funcionar como o nosso primeiro contacto com a educação. É nesta que adquirimos os princípios e os valores para a nossa vida e jamais a devemos colocar num segundo plano na educação. Na altura em que falamos em desafios para a educação, torna-se fundamental sublinhar que sobretudo os pais dos nossos jovens cumpram o seu compromisso educativo, tendo um papel mais activo e responsável no percurso dos seus filhos.
3. O papel da escola
- A escola deve ser o motor primordial de desenvolvimento cultural de cada indivíduo, constituindo o espaço privilegiado de transmissão de conhecimentos formais, nunca deixando de ser, paralelamente, um agente de socialização e formação para a cidadania.
- Sendo uma parte integrante no processo, o professor deve alhear-se às práticas educativas que ignorem a reflexão de valores básicos da vida humana. É, portanto, a unidade que promove o sentido de comunidade nos seus alunos, passando a representar mais do que um simples “mestre” que transmite apenas conhecimento.
- Afirmar, conscientemente, a importância da reflexão e integração dos valores na educarão em escola, é também sublinhar que se torna sumariamente fundamental, garantir nas primeiras fases do percurso escolar, que esta seja reconhecida, significativamente, nos sistemas de avaliação do aluno, de forma que este tenha consciência da importância destes valores na sua vida.
- Para além dos desafios já referidos, a educação em escola, deve garantir a construção da personalidade e a preservação dos direitos da individualidade; o ensino é agora um “fenómeno de massas”, e há muito que deixou de promover a personalização de cada indivíduo, sublinhando-se que tal projecto deve isolar-se de qualquer forma de emergência de ambientes competitivos e individualistas. A aposta deve ser sim, no desenvolvimento do espírito crítico e da capacidade de pensar por si, construir ou produzir.
- Fazer Educação remete-nos para o desafio de prolongar cada uma das suas práticas à vida de cada indivíduo: é mais do que um mero conjunto de metodologias, deve ser sim, um espaço de aprofundamento dessas mesmas metodologias no modo de cada um construir o seu projecto de vida.
- Por outro lado, é fundamental pensar sobre tais práticas antes, durante e depois da sua aplicação e abandonar a postura passiva que, fundamentalmente, professores (mas também os alunos) apresentam quando nunca questionam o seu próprio modo de ensinar e desenvolver aprendizagens nos seus alunos.
4. A sociedade, a escola e a Educação
- Esta é a era dos números e das percentagens, das estatísticas. Mais do que isto, preferimos a qualidade do ensino, a garantia de melhores espaços de educação, das melhores práticas e metodologias, do maior e melhor desenvolvimento.
- O futuro da educação passa por exigir de cada um de nós a certeza de que as práticas educativas deixarão de ser instrumentalizadas e de se encontrar ao serviço de interesses alheios, perdendo o seu verdadeiro sentido. É fundamental, com isto, garantir que todo o processo educativo tem, antes de mais, presente o desenvolvimento livre de cada indivíduo, oferecendo-lhe oportunidades, contrariamente ao que tem acontecido: criar-lhe apenas condições.
- A Educação é também um valor. Um valor básico da vida, um direito e um dever que todos recebemos. Por isso, todos devemos ter igualdade no acesso à educação, travando-se a luta pelo fim da marginalização que, muito frequentemente, ainda vemos acontecer nas escolas portuguesas. O valor da igualdade é, por tudo isto, a alternativa a esta realidade; igualdade no acesso à educação, igualdade nas oportunidades de aprendizagem ao longo do desenvolvimento (a organização do espaço escolar não deve discriminar pessoas pelas suas diferenças individuais, mas antes tentar a sua inclusão).
- O espaço escolar passa a caracterizar-se como uma unidade integradora de toda a comunidade educativa: alunos, funcionários docentes e não-docentes, pais e organizações sócio-culturais, alargando assim, o processo de educação a toda a comunidade.
Não poderíamos fechar esta reflexão em torno da educação, sem antes dizer o que habitualmente o Movimento vem dizendo aos seus militantes, mudar a organização da educação está ao alcance de cada um, parte deste já dito fenómeno complexo.
Aprovada no 30.º Conselho Nacional do Movimento Católico de Estudantes
Apresentamos esta moção no momento em que a Educação é chamada à reflexão e discussão, um pouco por toda a parte, na nossa sociedade. Seguimos diariamente uma enormidade de discursos, que se propõem a essa mesma reflexão – a uma revisão do sentido que esta deve tomar no seio do desenvolvimento humano nos seus mais diversos níveis, como por exemplo, o intelectual e o sócio-cultural cultural.
Falar de Educação pressupõe, logo à partida, partir de uma perspectiva que não a reduza ao simples exercício escolar, mas antes a reconsidere como uma dimensão da existência humana, em si multifacetada e de uma grande complexidade. Comecemos por aí. Afinal, como vê a sociedade a nossa Educação? Não a verá como a mera exposição de um conjunto de instrumentos e métodos, numa lógica estandardizada, tal como está definida a escola em Portugal? De facto, preocupa-nos saber que a Educação esteja a caminhar para uma condição claustrofóbica. A escola deve ser entendida como um espaço de promoção do desenvolvimento humano, de integração de valor, de afirmação de fé e, em suma, transformação pessoal. Porém, jamais esta deverá ser o resumo da Educação.
1. A missão da Educação
- A Educação deve estar presente em todo o processo de desenvolvimento do indivíduo. Entenda-se pois, o contexto familiar, religioso, sócio-cultural, profissional, entre outros, como espaços promotores de educação e abandone-se, desde já, a ideia demagógica de que a educação é o grosso sinónimo da relação entre professor e aluno.
- Valorizar a Educação obriga-nos a considerar que esta se adianta à simples transmissão de conhecimentos formais; ela é, antes de mais, informalmente formal: deve promover a integração dos valores individuais e ético-sociais no modo de pensar e agir de cada pessoa em desenvolvimento.
2. A família e a educação
- A família, enquanto primeiro agente de socialização vai funcionar como o nosso primeiro contacto com a educação. É nesta que adquirimos os princípios e os valores para a nossa vida e jamais a devemos colocar num segundo plano na educação. Na altura em que falamos em desafios para a educação, torna-se fundamental sublinhar que sobretudo os pais dos nossos jovens cumpram o seu compromisso educativo, tendo um papel mais activo e responsável no percurso dos seus filhos.
3. O papel da escola
- A escola deve ser o motor primordial de desenvolvimento cultural de cada indivíduo, constituindo o espaço privilegiado de transmissão de conhecimentos formais, nunca deixando de ser, paralelamente, um agente de socialização e formação para a cidadania.
- Sendo uma parte integrante no processo, o professor deve alhear-se às práticas educativas que ignorem a reflexão de valores básicos da vida humana. É, portanto, a unidade que promove o sentido de comunidade nos seus alunos, passando a representar mais do que um simples “mestre” que transmite apenas conhecimento.
- Afirmar, conscientemente, a importância da reflexão e integração dos valores na educarão em escola, é também sublinhar que se torna sumariamente fundamental, garantir nas primeiras fases do percurso escolar, que esta seja reconhecida, significativamente, nos sistemas de avaliação do aluno, de forma que este tenha consciência da importância destes valores na sua vida.
- Para além dos desafios já referidos, a educação em escola, deve garantir a construção da personalidade e a preservação dos direitos da individualidade; o ensino é agora um “fenómeno de massas”, e há muito que deixou de promover a personalização de cada indivíduo, sublinhando-se que tal projecto deve isolar-se de qualquer forma de emergência de ambientes competitivos e individualistas. A aposta deve ser sim, no desenvolvimento do espírito crítico e da capacidade de pensar por si, construir ou produzir.
- Fazer Educação remete-nos para o desafio de prolongar cada uma das suas práticas à vida de cada indivíduo: é mais do que um mero conjunto de metodologias, deve ser sim, um espaço de aprofundamento dessas mesmas metodologias no modo de cada um construir o seu projecto de vida.
- Por outro lado, é fundamental pensar sobre tais práticas antes, durante e depois da sua aplicação e abandonar a postura passiva que, fundamentalmente, professores (mas também os alunos) apresentam quando nunca questionam o seu próprio modo de ensinar e desenvolver aprendizagens nos seus alunos.
4. A sociedade, a escola e a Educação
- Esta é a era dos números e das percentagens, das estatísticas. Mais do que isto, preferimos a qualidade do ensino, a garantia de melhores espaços de educação, das melhores práticas e metodologias, do maior e melhor desenvolvimento.
- O futuro da educação passa por exigir de cada um de nós a certeza de que as práticas educativas deixarão de ser instrumentalizadas e de se encontrar ao serviço de interesses alheios, perdendo o seu verdadeiro sentido. É fundamental, com isto, garantir que todo o processo educativo tem, antes de mais, presente o desenvolvimento livre de cada indivíduo, oferecendo-lhe oportunidades, contrariamente ao que tem acontecido: criar-lhe apenas condições.
- A Educação é também um valor. Um valor básico da vida, um direito e um dever que todos recebemos. Por isso, todos devemos ter igualdade no acesso à educação, travando-se a luta pelo fim da marginalização que, muito frequentemente, ainda vemos acontecer nas escolas portuguesas. O valor da igualdade é, por tudo isto, a alternativa a esta realidade; igualdade no acesso à educação, igualdade nas oportunidades de aprendizagem ao longo do desenvolvimento (a organização do espaço escolar não deve discriminar pessoas pelas suas diferenças individuais, mas antes tentar a sua inclusão).
- O espaço escolar passa a caracterizar-se como uma unidade integradora de toda a comunidade educativa: alunos, funcionários docentes e não-docentes, pais e organizações sócio-culturais, alargando assim, o processo de educação a toda a comunidade.
Não poderíamos fechar esta reflexão em torno da educação, sem antes dizer o que habitualmente o Movimento vem dizendo aos seus militantes, mudar a organização da educação está ao alcance de cada um, parte deste já dito fenómeno complexo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)