sexta-feira, 12 de março de 2010

Resultados (daquilo que se sabe)


Amália Nunes revive passo a passo os últimos dias do filho Leandro Pires, o menino de 12 anos que há 12 dias se atirou ao rio Tua, e não encontra explicação para a tragédia. "Era uma criança alegre, e até andava entusiasmado com a entrada no rancho da aldeia. Não percebo como é que isto aconteceu. Custa-me acreditar que o meu filho tivesse mesmo vontade de morrer, que pensasse em suicídio", disse ao CM a mulher, tomada pela emoção.

O facto de o menino ter tirado a roupa antes de entrar na água leva Amália a pensar que talvez o filho quisesse chamar a atenção. "Naquele momento deveria estar muito revoltado pelo que lhe fizeram na escola, mas nada fazia prever que isto fosse acontecer", afirma.

A única certeza que a mãe do menino tem neste momento é que a única culpada do sucedido é a falta de segurança da escola, porque, segundo a mulher, o porteiro "nunca deveria ter deixado Leandro sair em horário escolar", explica Amália, reforçando a vontade que tem de processar o estabelecimento de ensino.

Para já, a atenção da mulher recai sobretudo em Márcio, o irmão gémeo de Leandro que só voltou esta semana à escola. "Nos primeiros dias faziam-lhes muitas perguntas sobre o irmão e ele ficava um bocado incomodado, mas acho que está a reagir bem", disse a mãe.

Apesar das buscas nas margens do rio Tua continuarem, as esperanças de Amália Nunes vão diminuindo com o passar do tempo. O anseio de fazer um funeral digno ao seu filho também se desvanece. No entanto, ao Correio da Manhã o tenente-coronel Melo Gomes, comandante distrital das Operações de Socorro, afirmou que o bom tempo que se tem feito sentir nos últimos dias aumentou as hipóteses de se encontrar o cadáver do menino.

SUSPENSÃO MAIS RÁPIDA

A suspensão (só???????) dos alunos agressores será mais rápida e eficaz segundo um decreto-lei que o Ministério da Educação está a preparar de forma a reforçar os poderes dos directores das escolas. Trata-se de uma iniciativa do Governo paralela à revisão do Estatuto do Aluno e deverá estar concluída ainda este mês. A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas concorda com a medida anunciada ontem pela ministra Isabel Alçada, mas diz que deve ser acompanhada de outras, como uma maior autonomia. "O director deve tratar os casos conforme a realidade da sua escola. Os pais devem ser penalizados pela sua atitude perante a escola e pelo comportamento dos filhos", defende a associação. Os dados sobre a violência escolar, de acordo com o Ministério, são apresentados até ao início de Abril.

Menino Leandro: tiveste de morrer para que por fim se percebesse ( ou por fim se dissesse em público e abertamente) que os pais (e a escola) devem ser responsabilizados pelo comportamento dos filhos e dos alunos...perdão é o que todos te pedimos!

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